A chegada do Natal e do Ano Novo costuma ser associada a festas, confraternizações e novos planos. Para muitas pessoas, é tempo de reunir família e amigos, celebrar conquistas e renovar expectativas para o futuro.
No entanto, para outras, esse mesmo período pode trazer frustração, ansiedade, tristeza e sensação de vazio. A reflexão sobre o ano que passou, metas não alcançadas, perdas pessoais e comparações constantes nas redes sociais acabam intensificando emoções difíceis.
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O que é a “dezembrite” ou síndrome do fim de ano?
Essa avalanche de sentimentos é conhecida como dezembrite ou síndrome do fim de ano. Segundo especialistas, dezembro é o mês em que ocorre a maior alteração emocional nas pessoas.
De acordo com o psiquiatra Arthur Danila, coordenador do Programa de Mudança de Hábitos e Estilo de Vida do Instituto de Psiquiatria da USP, o período favorece tanto celebrações quanto reflexões profundas.
“É um momento em que temos a oportunidade de celebrar conquistas e, ao mesmo tempo, lidar com perdas, refletir sobre o que passou e planejar ações para o ano que se inicia”, explica.
Redes sociais podem agravar sentimentos negativos
Outro fator que pesa nessa época são as redes sociais, onde predominam imagens de felicidade, sucesso e realizações. Esse cenário pode provocar comparações irreais e reforçar a sensação de fracasso ou inadequação.
Para quem já enfrenta ansiedade ou tristeza ao longo do ano, o impacto emocional tende a ser ainda maior.
Quando a tristeza pode virar um sinal de alerta?
Segundo Arthur Danila, estados emocionais pré-existentes podem se intensificar no fim do ano e, em alguns casos, evoluir para quadros mais graves.
“A melancolia pode ser transitória e ligada às expectativas não realizadas. Mas, se persiste e vem acompanhada de sintomas como insônia, falta de energia, perda de interesse e impacto na rotina, pode indicar um quadro depressivo.”
Por isso, é importante observar a duração e a intensidade dos sentimentos.
Como cuidar da saúde mental no fim do ano?
Especialistas recomendam algumas atitudes simples que ajudam a atravessar esse período com mais equilíbrio emocional:
- Praticar autocompaixão, sem cobranças excessivas
- Reconhecer e respeitar seus próprios limites
- Realizar atividades prazerosas e relaxantes
- Manter contato com pessoas de confiança
- Evitar comparações constantes nas redes sociais
Emoções positivas, segundo o psiquiatra, impactam diretamente a bioquímica cerebral, favorecendo o bem-estar.
Quando procurar ajuda profissional?
Se as estratégias não forem suficientes e o sofrimento persistir, é fundamental buscar apoio profissional, como psicólogos ou psiquiatras.
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional gratuito e sigiloso:
- Telefone: 188 (24 horas)
- Atendimento online pelo site oficial do CVV
Buscar ajuda é um passo importante de cuidado consigo mesmo.
O fim do ano pode despertar emoções intensas, como a dezembrite, positivas ou negativas. Reconhecer esses sentimentos, entender que eles são comuns e adotar estratégias de cuidado faz toda a diferença para iniciar o novo ano com mais equilíbrio e saúde mental.

