Entenda o que deve influenciar o tempo no primeiro mês do ano
O clima em janeiro costuma despertar grande atenção dos brasileiros, especialmente por marcar o auge do verão. Em 2026, no entanto, o cenário climático chama atenção por um detalhe importante: a ausência de um episódio clássico do fenômeno La Niña, que normalmente exerce forte influência sobre o regime de chuvas e temperaturas no país.
Mesmo com registros recentes indicando um La Niña fraco, órgãos internacionais de monitoramento climático apontam que o Oceano Pacífico tropical caminha rapidamente para um estado de neutralidade. Isso significa que, ao longo de janeiro, outros sistemas atmosféricos passam a ter papel central na definição do clima.
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La Niña perde força e deixa de influenciar o clima
Segundo análises de centros meteorológicos internacionais, as temperaturas da superfície do Pacífico devem apresentar aquecimento progressivo no trimestre formado por janeiro, fevereiro e março. Com isso, o padrão típico do La Niña não deve se sustentar, reduzindo seu impacto sobre o clima em janeiro no Brasil.
Na prática, isso indica que chuvas e temperaturas não seguirão exatamente os padrões clássicos associados ao fenômeno, abrindo espaço para a atuação de outros mecanismos climáticos.
Oscilação Antártica influencia o Sul do país
Entre os principais fatores que passam a influenciar o clima em janeiro, está a Oscilação Antártica (AAO). Esse índice climático ajuda a prever o comportamento do tempo no centro-sul do Brasil com antecedência de até duas semanas.
As projeções indicam que a AAO deve permanecer próxima da neutralidade durante a primeira quinzena do mês. Com isso, a passagem de frentes frias e a formação de ciclones seguem dentro da normalidade, sem eventos extremos frequentes no Sul.
Oscilação de Madden-Julian reduz chuvas no Norte e Nordeste
Outro sistema relevante para o clima em janeiro é a Oscilação de Madden-Julian (OMJ), que atua principalmente sobre o Norte e o Nordeste do país. Quando em determinadas fases, esse fenômeno pode inibir a formação de nuvens de chuva.
As previsões atuais indicam que a OMJ deve atuar de forma desfavorável às precipitações nessas regiões, resultando em chuvas abaixo da média em grande parte do Norte, Nordeste e também em áreas do Centro-Oeste durante as primeiras semanas do mês.
ZCAS pode provocar chuvas intensas a partir da segunda semana
Apesar do início mais seco em várias regiões, o clima em janeiro deve mudar a partir da segunda semana. Modelos meteorológicos indicam a formação de uma frente fria mais intensa, capaz de organizar a umidade e favorecer um episódio de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).
A ZCAS é um dos principais sistemas responsáveis pelas chuvas de verão no Brasil. A expectativa é que ela atue entre os dias 5 e 12 de janeiro no Sudeste e Centro-Oeste, avançando posteriormente para o Sul, com potencial para provocar chuvas volumosas e persistentes.
Temperaturas no verão 2025/2026: dois cenários distintos
No que diz respeito às temperaturas, o clima em janeiro deve apresentar comportamentos bem diferentes entre as regiões do país. No Sul, após o fim de uma onda de calor recente, a chegada de frentes frias tende a manter os termômetros abaixo da média, especialmente na segunda metade do mês.
Já no Nordeste, no norte de Minas Gerais e no Espírito Santo, a combinação de poucas chuvas e céu mais aberto favorece novas ondas de calor, com temperaturas que podem se aproximar dos 40 °C em alguns momentos.
Previsões indicam tendência, não regra absoluta
Especialistas reforçam que previsões climáticas de longo prazo representam tendências regionais e podem variar bastante de uma cidade para outra. Por isso, acompanhar atualizações frequentes é fundamental para entender como o clima em janeiro pode se comportar especificamente na sua região.
A recomendação é ficar atento às previsões diárias e aos avisos meteorológicos, especialmente em períodos de calor intenso ou de chuvas fortes associadas à atuação da ZCAS.

