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Canoas
12 de julho de 2025

CANOAS | Após decisão, Beth Colombo diz que recorrerá; “Tomei um susto quando fiquei sabendo”

Foto: reprodução/ GBC TV

Da redação | “Fiquei assustada, surpresa e triste”, essas foram às palavras da ex-vice prefeita e ex-candidata a prefeita de Canoas, Beth Colombo (PRB), sobre a decisão da justiça que a deixa inelegível por oito anos. A sentença é do processo que investiga a origem dos mais de R$ 460 mil que foram encontrados com o tesoureiro, Guilherme Ortiz, durante a campanha eleitoral de 2016. Além dos dois, o candidato a vice, Mário Cardoso (PT), também foi condenado.

A sentença do juiz Geraldo Anastácio Brandeburski Júnior é em 1° grau e cabe recurso. “Eu não posso questionar porque não tenho competência para isso. Porém, minha advogada vai. Vamos ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e se for necessário vamos até o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília”, ressalta.

O processo é referente a um flagrante que a Polícia Federal (PF) deu no tesoureiro em setembro de 2016. Os agentes receberam uma denúncia anônima de que ele chegaria ao comitê com dinheiro. Na mochila, foram encontrados mais de R$ 100 em dinheiro e um cheque de R$ 50 mil. Já na residência de Ortiz, os policiais apreenderam cerca de R$ 300 mil. “Quando isso aconteceu, a minha campanha estava devendo R$ 190 mil para fornecedores. Ou seja, esse dinheiro não iria me beneficiar. Terminei a eleição devendo mais de R$ 700 mil, fiz parcelamento e com a ajuda do partido ainda estou pagando”, conta Beth que ressalta não ser citada no processo criminal. “Em nenhum momento a PF apontou meu nome no inquérito. Estou respondendo apenas na esfera eleitoral e não na criminal”.*

Na decisão, o juiz entendeu que havia provas suficientes para indicar a captação ilegal de recursos e a relação direta dos valores apreendidos com a campanha. Além disso, o magistrado também apontou que o dinheiro foi recolhido pelo tesoureiro com diversos possíveis interessados na eleição dos investigados.

O juiz também ressaltou que dois anos depois da eleição, a origem da quantia apreendida ainda não foi explicada e que os valores não foram depositados na conta oficial da campanha, estavam sem recibo, sem identificação de origem e em limite superior ao que é autorizado pela lei eleitoral. Sob os autos do processo, ele também afirma que há provas de gastos de campanha sem registro.

Com a decisão, o magistrado salienta que é responsabilidade pessoal do candidatos os recursos arrecadados e os gastos efetuados durante a campanha. Além disso, ele também reforça que era interesse de Beth e Mário, o aumento do orçamento da campanha eleitoral e que eles escolheram Guilherme Ortiz, para a função de tesoureiro.
Questionada, se ainda mantém algum contato com Ortiz, Beth é direta: “Eu já não via o Ortiz durante a campanha. Lugar de candidato é na rua e o dele era no comitê. Mas, depois do fato, eu não vi mais ele. Não sei nem se ainda mora em Canoas”.

“Essa sentença não muda meus planos”
Beth afirmou que já havia decidido no ano passado que não concorreria a cargos públicos em 2020. “Quero ser cabo eleitoral do meu partido. Vou percorrer o Estado para eleger mais vereadores, vices e prefeitos. Isso não tem condenação que vá me impedir. Porém, esse processo não acaba aqui e ainda cabe muitos recursos. Além disso, eu já tinha decidido que não iria me candidatar a cargos. Hoje sou suplente de deputada estadual e trabalho na Assembleia”.

*Nota da redação: informamos, equivocadamente, que Beth Colombo respondia a um processo na esfera criminal. Como citamos na reportagem, ela não é citada no inquérito da Polícia Federal. O correto, é que ela responde na esfera eleitoral.

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