Foto: Jaime Zanatta/GBC
Da redação | Há mais de dois meses os exames que detectam câncer (chamados de anatomopatológicos) não estão sendo testados no Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), em Canoas. O volume de amostras de tecido não analisadas chega a mais de 300. A informação foi divulgada pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers).
De acordo com o Simers, o motivo para que os testes não sejam executados é a falta de um micrótomo, equipamento usado para processar tecidos. O único que existia no hospital, além de antigo, estragou e não foi consertado ou substituído. Um novo aparelho custa em torno de R$ 18 mil. Também há relatos de falta de recursos humanos para execução dos exames.
Os médicos do hospital estão alertando a administração do HNSG desde novembro, mas não tiveram uma resposta resolutiva. O sentimento entre os profissionais é de aflição pelos pacientes que precisam de cuidados urgentes e consternação por não poder resolver o caso. “É com muita preocupação que denunciamos um dos fatos mais graves que já ocorreu no Nossa Senhora das Graças nesse período de crise. Os exames foram guardados sem a possibilidade de executá-los. Depois de meses e muitas denúncias, os materiais foram levados para teste no Hospital Universitário”, afirmou o presidente do Simers, Marcelo Matias.
Coletas podem estragar
O material biológico coletado desses mais de 300 pacientes corre o risco de se deteriorar e perder a capacidade de ser analisado.
O Simers verificou também que um laboratório que apoia a realização de exames não está recebendo novos pedidos do Nossa Senhora das Graças por falta de pagamento. O local também é responsável por exames que determinam características especificas de cada tipo de câncer (imunoistoquímicos). Assim, é possível que o número de testes não realizados seja ainda maior.
Sem remédios
O setor de Oncologia também sofre com falta de medicamentos. A agenda desta quinta-feira (31), por exemplo, foi cancelada para 11 pacientes por falta de insumos.
O que diz o HSNG?
Até o momento, a assessoria de imprensa do hospital não atendeu as nossas ligações.