CASO BERNARDO | Vizinha do pai e da madrasta conta que nem comida e roupas eles davam para a criança

Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução

Da redação | O segundo dia de julgamento do caso Bernardo Boldrini, em trĂȘs passos, teve o depoimento de Juçara Petry. Ela era vizinha do casal Leandro Boldrini, pai da criança, e Graciele Ugulini, a madrasta.

Juçara pediu para que nenhum dos réus estivesse presente, o que foi aceito pela juíza Sucilene Engler. Leandro, Graciele, e os irmãos Edelvùnia, amiga de Graciele, e Evandro Wirganovicz foram retirados da sala antes do início do depoimento.

Bernardo apontava Juçara como mĂŁe afetiva. Durante mais de duas horas de depoimento, ela relatou que o menino chegava a usar as roupas e calçados dela. “Muitas vezes ele vinha sĂł com a roupa do corpo e nĂŁo conseguia pegar nada em casa porque estava sem chave ou atĂ© sem celular”.

AlĂ©m disso, a empresa ainda reforçou que o menino “insistia” em morar na casa dela. “Tentei fazer diversas vezes com que ele gostasse da famĂ­lia dele, mas ele sempre mudava de assunto ou dizia que odiava a casa”. Em outro trecho do depoimento, Juçara ressaltou que a madrasta disse que o “guri sĂł incomodava” quando um aparelho dentĂĄrio estragou e ela procurou o pai para ir atrĂĄs de um dentista. PorĂ©m, Leandro nĂŁo atendeu as ligaçÔes.

Juçara se emocionou diversas vezes falando do menino. Quando questionada pelo promotor do MinistĂ©rio PĂșblico (MP) se Bernardo era esquizofrĂȘnico, ela negou, e disse que a criança era gentil e educada.

Vizinha da família Boldrini, Juçara Petry, comenta a relação que teve com Bernardo (Foto: TJRS/Reprodução)

O advogado de defesa de Leandro Boldrini, Rodrigo GrecellĂ© Vares, questionou a freqĂŒĂȘncia que Bernardo ia para a casa dela. “Ele chegou a ficar 10 dias seguidos dormindo lá”. Perguntada sobre o amor que o pai sentia pelo filho, ela enfatizou que “pai que nĂŁo dĂĄ roupa e nĂŁo dĂĄ comida nĂŁo tem amor, nĂ©?”

Juçara ainda afirmou que Leandro nunca pediu para que ela cuidasse de Bernardo. Em alguns trechos, ela ainda reforçou que o menino afirmava que não tinha almoço em casa e que uma vez, durante um jantar, a madrasta fez para todos e menos para ele. “Ela não deixou nem ele fazer, aí ele foi lá pra casa e disse que a proibição era para não fazer sujeira”, comentou.

A defesa afirmou que Leandro, no dia do desaparecimento de Bernardo, ligou para a testemunha. Ela que anteriormente disse que o pai não havia ligado, afirmou que estava com o celular desligado. O advogado Ezequiel Vetoretti expÔe as ligaçÔes completadas e não atendidas de seu cliente para o filho Bernado Boldrini.

O advogado de Graciele Ugulini, doutor Vanderlei Pompeo de Mattos, inicia as perguntas para a testemunha. A defesa de Graciele relembra que a testemunha não tinha muito conhecimento sobre a ré confessa de ter assassinato Bernardo. Segundo Juçara, o menino Bernardo não se dava bem com a Kelly (como Graciele era conhecida).

Juçara ainda afirmou se emociona ao lembrar de frases ditas por Bernado que hoje ela entende como pedidos de ajuda. “Lamento de não ter percebido isso”, finalizou.

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