Da redação | A juíza Sucilene Engler leu, no início da noite desta sexta-feira (15), a sentença que condenou os quatro réus, denunciados pelo Ministério Público, pela morte de Bernardo Uglione Boldrini, cinco anos após o crime. O julgamento teve início na última segunda-feira (11) e ocorreu no Fórum de Três Passos.
Pai e madrasta de Bernardo recebem as maiores penas
O pai de Bernardo, o médico Leandro Boldrini, foi condenado a 33 anos e 8 meses de prisão, sendo 30 anos e 8 meses por homicídio, 2 anos por ocultação de cadáver e 1 ano por falsidade ideológica.
Graciele Ugulini, madrasta de Bernado, foi condenada a 34 anos e 7 meses de prisão, sendo: 32 anos e 8 meses por homicídio e 1 ano e 11 meses por ocultação de cadáver.
A assistente social Edelvânia Wirganovicz foi condenada a 23 anos de reclusão, dos quais, 21 anos e 4 meses pelo homicídio e 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver.
Para Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, a pena total fixada foi de 9 anos e 6 meses, sendo 8 anos por homicídio simples e 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver.
Caso Bernardo: o Conselho de Sentença de Três Passos considerou todos os quatro réus culpados pela morte do menino Bernardo Boldrini.
— MinistérioPúblicoRS (@mp_rs) March 15, 2019
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O CRIME
De acordo com a acusação, a morte de Bernardo foi planejada com antecedência. O Promotor de Justiça Bruno Bonamente apresentou parte do depoimento de uma testemunha, amiga de Graciele, procurada por ela em janeiro de 2014. A amiga relatou que a madrasta contou que Bernardo era esquizofrênico e um estorvo para a família. Graciele ainda disse à amiga: “Como diz o Leandro, esse guri só embaixo da terra ou no fundo do poço.” A amiga tentou dissuadi-la de fazer algo contra o enteado.
Graciele, então, procura outra amiga, Edelvania, com quem morou junto no passado. É a Assistente Social que confessa o crime e aponta onde o corpo foi enterrado. O MP afastou a alegação de Edelvania de que foi coagida pela Polícia para confessar o crime, mostrando imagens do primeiro depoimento dela à Delegada Cristiane Moura.
Na quarta-feira, 2 de abril de 2014 (dois dias antes do homicídio), Graciele teria dado à Edelvania o kit de Midazolan, retirado da clínica de Leandro Boldrini com autorização dele. Uma superdosagem do medicamento foi utilizada no menino. Nesse mesmo dia, as duas compraram as ferramentas para abrir o buraco.
A cova de Bernardo foi aberta por Evandro também na quarta-feira à noite. No dia seguinte, Edelvania vai verificar o local. Na sexta, dia do crime, Graciele e Leandro começam a executar o crime.