COM 11 MESES | Criança morre por Gripe A

Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução

Da redação | Uma menina de 11 meses morreu na última quarta-feira (15), em Sapiranga, no Vale do Sinos. Ela foi vítima de gripe A (H3N2). A Secretaria Estadual de Saúde confirmou a morte por influenxa e a Prefeitura confirmou o óbito no último domingo (19). Segundo a mãe, a menina não foi vacinada porque estava resfriada e tomava antibióticos. Maria Luiza Laranjeira Vieira faria um ano no dia 12 de junho.

Essa é a terceira morte por gripe no Rio Grande do Sul. As outras mortes são de dois idosos, com idades acima de 70 anos. Eles não foram vacinados, pois foram internados antes do início da campanha de vacinação. Um deles morreu do tipo Influenza A (H1N1) e o outro da variação H3N2.

A mãe, Jenifer Laranjeira Vieira, disse que a filha foi levada para o Hospital Sapiranga – Sociedade Beneficente Sapiranguense, no dia 12 de maio com febre. “O médico que era o pediatra dela estava de plantão. Ele a examinou e mandou de volta para casa. Na segunda, ela não melhorou. Levei ela de novo no hospital e ele deu baixa. Ela fez um raio-x e o resultado deu bronquiolite e ela começou o tratamento no hospital”. Dois dias depois, Maria Luiza foi para o quarto, mas teve uma piora e acabou voltando para a emergência. “Ela ficou cerca de 12 horas sem receber a visita de um médico. Em nenhum momento eles me disseram que era grave”, comentou.

Jenifer ainda ressaltou que a filha ficou sem comer. “Eu pedi várias vezes para o médico do plantão ver ela, mas ele não apareceu. No dia seguinte, pela manhã, quando a outra médica do plantão chegou, não passaram a minha filha como urgência. Quando a médica viu ela, disse que ela estava com falta de oxigênio no sangue. Eu perguntei para ela o que isso significava, ela me disse ‘a gente vai colocar uma máscara nela e ela vai ficar boa’. A médica ficou surpresa quando eu disse que ninguém tinha visto ela à noite”.

Ainda na quarta-feira, num momento de piora da filha, a mãe disse que presenciou uma discussão entre a equipe de médicos. Um dos equipamentos usados para dar oxigênio para a criança estaria com problema, segundo Jenifer.”Eu cheguei no quarto e tinha um monte de enfermeiros de máscara em volta dela. Estavam brigando entre eles. Tinham coisas que não estavam funcionando e eles precisavam de autorização para liberar um equipamento que estava em outro lugar. Minha filha ficou mais de cinco minutos exposta, sem roupa e sem equipamento de oxigênio, enquanto eles tentavam resolver isso”.

O que dizem os envolvidos

Por meio de nota, a prefeitura de Sapiranga confirmou o óbito na quarta-feira e ressaltou que recebeu a confirmação de Gripe A apenas na sexta-feira (17) já que o exame foi feito pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN). Além disso, o laudo apontou que a criança não havia sido vacinada.

No texto, o Executivo Municipal ainda reforçou que tomou todas as providencias e precauções. “Em Sapiranga a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe ocorre em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e de Estratégia de Saúde da Família (ESFs), das 7h15 às17h45, sem fechar ao meio-dia. As doses só não são disponibilizadas na UPA 24 Horas, na Unidade de Saúde Especializada (USE), no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e no prédio da Secretaria de Saúde (ao lado do Hospital Sapiranga), porque estes locais são voltados a serviços de atendimento de emergência e de especialistas”, diz o texto.

Já o Hospital Sapiranga informou que só teve conhecimento sobre a confirmação da Gripe A no domingo (19). “Esta confirmação explica a evolução desfavorável e rápida, quanto a gravidade do caso”, diz o comunicado.

O hospital ressaltou que a paciente recebeu toda a assistência necessária.” A paciente passou as últimas 12 horas na emergência, sendo monitorada, inclusive com o pediatra presente em tempo integral e com todos os equipamentos necessários para monitoramento”, finaliza a nota.

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