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Canoas
15 de julho de 2025

CANOAS | Autor do duplo homicídio no Igara deve alegar legítima defesa

Foto: Divulgação

Da redação | Cesar Augusto Machado de 41 anos que é apontado como o autor do duplo homicídio no bairro Igara, no dia 20 de maio, deve prestar depoimento na tarde desta quarta-feira (29) para os investigadores da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas. A expectativa é que ele alegue legítima defesa.

Segundo o advogado do acusado, que prefere não ser identificado, Cesar relatou que tentou desarmar Felipe dos Santos Moreira. Ambos estavam no banco de trás do VW Polo branco. Durante a tentativa, a arma disparou e o tiro atingiu Fernanda Lima Chaves que estava no banco da frente, junto com o marido, Ricardo Ruas da Rosa.

Na sequência, conforme o advogado, Felipe atirou e atingiu Cesar de raspão. Foi aí, que o acusado do crime, conseguiu desarmar e atirou contra Felipe. Depois disso, o preso contou que Ricardo saiu do carro e foi até ele para agredi-lo. Como forma de defesa, ele disparou contra o marido de Fernanda que foi atingido no ombro e saiu correndo.  

Prisão

Cesar foi preso na madrugada do último domingo (26). Ele embarcou em um ônibus no Paraná. O coletivo foi abordado pela Polícia Rodoviária Federal no município de Registro, no interior de São Paulo. Os agentes já sabiam que ele estava no veículo.

A ação foi realizada pelos agentes da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), SIPAC da 2ª DPRM, DRACO de Bagé, policiais do 15° Batalhão de Polícia Militar, policiais civis e militares de Curitiba e agentes da PRF de São Paulo.

O titular da DPHPP, delegado Thiago Carrijo salientou que “após dias incansáveis de trabalho os agentes finalizaram o trabalho com eficiência e coroando a investigação com a prisão do provável autor de Crime violento.”

O diretor da 2ª DPRM – Regional de Canoas, delegado Mario Souza, afirmou que “o homicídio é o crime de prioridade absoluta na região e toda energia da Polícia Civil de Canoas ficou focada no esclarecimento desse caso.” Além disso, o delegado regional destacou que “o trabalho integrado e conjunto com as outras forças de segurança possibilitou a prisão do suspeito desse crime violento.”

Fuga cinematográfica

Cesar estava sendo procurado pela polícia desde o dia do crime. Horas depois, inclusive, tanto a Brigada Militar quanto a Polícia Civil concentraram esforços para realizar buscas na cidade. Efetivos realizaram buscas, por exemplo, em áreas verdes próximas ao campus da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). O criminoso foi visto por pedestres e alguns moradores da Rua Xingu, saindo do local, minutos depois do crime. Depois disso, ele não foi mais visto.

Para despistar os policiais, Cesar deu inicio a uma fuga que pode ser considerada de cinema. Ele se hospedou em diversas cidades do interior do estado. Ficou também em Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo, mas de olho aberto, porque os agentes da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas, estavam na cola dele.

No último sábado (25), César tentou fugir de vez. Saiu de Porto Alegre e foi até Curitiba, de ônibus. Quando desembarcou na capital paranaense, ele decidiu seguir para São Paulo. Chegou a embarcar no coletivo, porém, no caminho, na cidade de Registro, no interior paulista, o veículo foi parado pelos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de São Paulo. O homem foi preso na madrugada de domingo(26).

O criminoso já estava inclusive, considerado como foragido, já que a justiça já tinha decretado a prisão preventiva dele por dois homicídios e uma tentativa. Cesar tem antecedentes criminais por porte ilegal de arma de fogo, disparo de arma de fogo, estelionato, esbulho possessório e ameaça.

Entrevista na TV

O acusado ligou ao vivo para um conhecido programa de televisão que é exibido no inicio da tarde. Durante a conversa com o apresentador, ele negou a autoria do crime, e apontou possíveis acusados. A entrevista foi na terça-feira seguinte ao crime.

Antes da prisão, os investigadores da DHPP receberam a informação que César alegaria que homens, em uma Renault Duster, teriam atirado contra o VW Polo em que ele estava com as duas vítimas e um ferido. Porém, conforme o apurado, as imagens das câmeras de segurança do local não mostram o veículo na cena do crime. O que pesou para que a alegação caísse por terra, foi que nenhuma testemunha falou sobre o assunto. As primeiras informações são de que não houve disparos realizados de fora para dentro do carro, e sim apenas disparos de dentro para fora, isso será esclarecido definitivamente após os resultados das perícias oficiais.

O crime

Cesar é o autor do duplo homicídio que aconteceu no dia 20 de maio, na Rua Xingú, no bairro Igara. Felipe dos Santos Moreira e Fernanda Lima Chaves morreram no local. Ele também é apontado como autor do disparo que deixou ferido o companheiro de Fernanda, Renato Ruas da Rosa, que foi socorrido ao HPSC e teve alta após o crime.  

Conforme o relato de testemunhas, eles estavam a caminho de um cartório, com o intuito de viabilizar o negócio de um terreno, de propriedade do autor dos disparos. No caminho, na rua Xingu, houve um desentendimento entre os ocupantes que resultou nas mortes de Felipe e Fernanda.

Vítimas dos disparos e atirador estavam dentro do veículo. Foto: Jaime Zanatta/ GBC

Agora, segundo a Polícia Civil, as investigações seguem para apurar se existem mais desentendimentos entre o autor, as vítimas e o sobrevivente.

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