Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução
Da redação | A Polícia Civil de Goiás indiciou dois médicos pela morte da estudante Susy Nogueira, de 21 anos, após ela ser estuprada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Goiânia Leste, na capital. Segundo a corporação, o abuso contribuiu para a piora no quadro da paciente e os indiciados foram negligentes em relação ao tratamento dela.
Por meio de nota, a OGTI, empresa responsável pela UTI do Hospital Goiânia Leste, disse que “não há na investigação qualquer evidência de que conduta de seus médicos tenha provocado, direta ou indiretamente, a lamentável morte da Paciente Suzy”. Também de acordo com o comunicado, a empresa disse que “tem convicção que seu corpo clínico realizou todos os procedimentos possíveis e da maneira adequada no tratamento da paciente e aguarda a manifestação do Ministério Público, que certamente ratificará as conclusões técnicas do IML e solicitará o arquivamento do Inquérito Policial”.
O crime
A estudante de arquitetura foi internada na unidade de saúde após ter uma convulsão, em 16 de maio. No dia seguinte à internação, ela foi entubada e levada à UTI.Imagens de câmeras de segurança mostraram que ela foi vítima de abuso enquanto estava hospitalizada, no dia 17. Ela morreu no dia 26 de maio.
O técnico em enfermagem Ildson Custódio Bastos se entregou à Polícia Civil por ser suspeito do crime, está preso, mas sempre negou ter cometido os abusos contra Susy. Ele é réu no processo que trata do estupro.
Família descobriu após a morte
Pai da vítima, o policial aposentado Vanderly Cavalcante contou que a família só ficou sabendo que a jovem poderia ter sido estuprada pouco antes do enterro dela. Ele diz que sentia que a filha queria falar alguma coisa nos últimos dias que passou na UTI, mas estava entubada.
Em uma audiência relacionada ao inquérito que indiciou o técnico em enfermagem por estupro, o pai também desabafou e cobrou uma solução para o caso.
Ainda conforme o pai, essa foi a única vez que a filha foi internada no Hospital Goiânia Leste. Ele contou também que a jovem já teve outras crises durante a vida, mas que sempre passava pouco tempo no hospital e logo voltava para casa. Segundo o pai, também foi a primeira vez que Susy precisou ir para a UTI e ser entubada.