Angolano baleado com moradora de Cachoeirinha volta para casa

Ele perdeu a namorada depois que ambos foram baleados em uma abordagem policial

O angolano Gilberto Andrade de Casta Almeida, 26 anos, deixou o Rio Grande do Sul, retornando para Anåpolis (GO), onde reside. Ele ficou mais de 10 dias preso na Penitenciåria Estadual de Canoas (Pecan), após ser baleado por PMs que abordaram o carro que ocupava, juntamente com a namorada, a costureira Dorildes Laurindo, 56, que também foi alvejada e não resistiu aos ferimentos. Almeida foi solto depois de uma decisão da Justiça, que não encontrou provas sobre disparos de arma de fogo efetuados por ele.

Entenda o caso

Conforme a PolĂ­cia Civil, Gilberto veio de AnĂĄpolis e estava com Dorildes, moradora de Cachoeirinha, em um veĂ­culo de aplicativo. Ambos retornavam de uma viagem para TramandaĂ­.

O carro foi interceptado por uma viatura da Brigada Militar (BM). O veículo era dirigido por um motorista de aplicativo, foragido da Justiça por tentativa de feminicídio. O casal acabou baleado.

O argumento dos policiais, na oportunidade, foi de que ele havia atirado contra a viatura durante a perseguição. A perseguição começou em Cachoeirinha, onde o veículo dirigido por Luiz Carlos Pail Junior, furou um sinal vermelho. Somente em Gravataí, jå sendo perseguidos por policiais daquela cidade, é que o motorista parou. Ele desceu do carro e correu.

O casal ficou junto ao veĂ­culo e foi baleado — cada um recebeu ao menos trĂȘs tiros. Luiz Carlos tentou escapar a pĂ©, mas foi capturado. O foragido nĂŁo quis falar e o delegado plantonista, com base no relato dos policiais militares, fez auto de prisĂŁo em flagrante contra ele e contra o angolano por tentativa de homicĂ­dio dos PMs.

PorĂ©m, ao serem ouvidos novamente, os policiais afirmaram que Luiz Carlos havia atirado ao descer do Palio Weekend. Quanto a Gilberto, nĂŁo souberam informar se ele realmente empunhava uma arma. Conforme a ocorrĂȘncia, apenas um revĂłlver foi apreendido no local.

Os investigadores da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Gravataí, concluíram que Gilberto não tinha arma e não revidou à abordagem. A decisão foi recebida no 17° BPM que informou ter afastado os policiais para investigar o ocorrido.

Foragido indiciado

De acordo com o delegado Eduardo Amaral, a investigação jĂĄ foi concluĂ­da. O motorista do carro foi indiciado. “A conclusĂŁo do inquĂ©rito Ă© que ele reagiu Ă  abordagem. Ele foi indiciado pela tentativa de homicĂ­dio qualificado contra os policiais, entre outros crimes que praticou durante a fuga, e tambĂ©m por falsa identidade, jĂĄ que usava nome falso para cadastro no aplicativo de corridas”, diz.

Nota da BlaBlaCar

A BlaBlaCar, líder nacional em viagens de longa distùncia por meio de caronas compartilhadas, lamenta profundamente o ocorrido e reforça o compromisso com a criação de um ambiente de viagem seguro e confiåvel para os mais de 5 milhÔes de usuårios da plataforma no País.

A empresa ressalta que a viagem realizada pelo casal Dorildes Laurindo e Gilberto Andrade com a ocorrĂȘncia de confronto com a polĂ­cia e o incidente com tiroteio nĂŁo ocorreu por meio da utilização da plataforma.

A companhia informa ainda que é uma comunidade de confiança que conecta quem procura uma viagem com quem tem espaço livre no carro. Funcionalidades como verificação de foto, e-mail, telefone e avaliaçÔes permitem que os condutores e passageiros escolham com quem vão viajar antes da viagem.

Por não ser um serviço de cunho comercial, não existe a obrigatoriedade de verificação da documentação.

No referido caso, o condutor Luiz Carlos Pail Junior optou por oferecer a carona sem cadastrar seus documentos, informação que fica disponível em seu perfil dentro do aplicativo, visível a todos que acessam a plataforma.

A BlaBlaCar preza pela segurança de seus usuårios e reitera que se encontra à disposição das autoridades para colaborar com as investigaçÔes.

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