Leite entrega a deputados projeto que deixa IPVA mais caro e ICMS mais barato

Além de mais caro, carros com até 40 anos também vão pagar o IPVA

ApĂłs quase um mĂȘs de debate com a sociedade sobre as propostas da Reforma TributĂĄria RS, o governo do Estado entregou, na Ășltima segunda-feira (10) Ă  Assembleia Legislativa os trĂȘs projetos de lei que reĂșnem, segundo o Piratini, uma sĂ©rie de medidas que buscam simplificar e modernizar o sistema tributĂĄrio gaĂșcho.

Dentro do projeto , estå o reajuste do IPVA. A previsão, por exemplo, é que a alíquota de automóveis e camionetes passaria de 3% para 3,5%. Para caminhÔes e Înibus, o percentual atual, de 1%, continuarå o mesmo, assim como para motocicletas, que pagam 2%.

Mais carros pagando

No projeto, estĂĄ previsto que a isenção do imposto, vĂĄlida atualmente para veĂ­culos com 20 anos ou mais de fabricação, beneficiaria apenas aqueles produzidos hĂĄ 40 anos ou mais. JĂĄ  desoneração por valor mĂ­nimo do IPVA, que vale para veĂ­culos que pagariam atĂ© quatro unidades padrĂŁo fiscal (UPFs), seria reduzida para atĂ© uma UPF – o equivalente a R$ 20,29.

O governo também pretende obrigar, através de uma lei estadual, que seja obrigatório o emplacamento no Rio Grande do Sul. Essa medida atingiria todos os carros que circulam no Estado

Com as mudanças, o total da frota emplacada no Estado que não paga o imposto cairia de 46% para 25%.

Menos descontos

O projeto tambĂ©m prevĂȘ a redução dos incentivos concedidos para motoristas sem infraçÔes de trĂąnsito, o chamado desconto do Bom Motorista. A redução cairĂĄ de 15% para 5% para quem passar trĂȘs anos sem multas e de 10% para 3% para os motoristas que ficarem dois anos sem registros de infração. Para quem estiver a pelo menos um ano sem multas, o desconto, atualmente em 5%, passarĂĄ para 2%.

Em contrapartida, o Piratini quer estender a isenção jå existente para carros elétricos para os veículos híbridos até 2023. Também estå prevista a isenção por dois anos para a compra de Înibus e caminhÔes novos até 2023. O benefício serå de quatro anos para Înibus com características de biossegurança.

Outras isençÔes vigentes, para tåxis, lotaçÔes, transporte escolar e veículos de instituiçÔes sociais, não serão modificadas.

Qual seria o resultado final disso?

O Palåcio Piratini estima que, se todas as mudanças forem aprovadas, o acréscimo na arrecadação seria de R$ 744 milhÔes jå em 2021.

Contrapartida
Leite disse que o reajuste do IPVA nĂŁo serĂĄ sentido pelo contribuinte, porque o ICMS da gasolina, por exemplo, serĂĄ reduzido. “Esse reajuste Ă© razoĂĄvel no conjunto da obra. Vai Ter uma sĂ©rie de reduçÔes. Tem que olhar no conjunto da obra.”

Queda do ICMS
Desde 2015, a alíquota båsica de ICMS passou de 17% para 18%, e a alíquota sobre produtos e serviços seletivos (como gasolina, ålcool e telecomunicaçÔes) subiu de 25% para 30%. O pedido foi aprovado na Assembleia, com prazo até 31 de dezembro de 2018, mais tarde prorrogado para 31 de dezembro de 2020.

Para evitar a queda brusca na arrecadação, o governo estĂĄ lançando a reforma tributĂĄria. “Estamos fazendo açÔes para nĂŁo piorar a situação financeira do Estado. Se nĂŁo for aprovado, ela se agrava”, comentou Leite ao afirmar que “estamos fazendo uma distribuição mais inteligente.”

Um dos objetivos da reforma Ă© tributar mais patrimĂŽnio e propriedade e menos a produção e o consumo. Os tributos sobre o consumo tendem a ser mais injustos, pois pesam mais no bolso da população de menor renda. Por esse motivo, em praticamente todos os sistemas tributĂĄrios modernos, os impostos sobre patrimĂŽnio e propriedade tĂȘm mais espaço, em detrimento da participação dos impostos sobre o consumo.

Além do IPVA, estå previsto reajuste no Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens e Direitos (ITCD), com a adoção de faixas de alíquotas progressivas para causa mortis de 7% e 8% e de alíquotas progressivas para doaçÔes de 5% e 6%.

“Nossa carga tributĂĄria Ă© muito grande. Queremos redefinir ela para nos tornar mais competitivos”, anunciou Leite ao dizer que assim, conseguirĂĄ atrair, por exemplo, mais investimentos para o RS.

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