Prefeitura de Canoas afirma que repasses para o Nossa Senhora das Graças estão em dia

O hospital é particular e aluga leitos para a prefeitura

A Prefeitura de Canoas foi procurada pela reportagem de Agência GBC nesta sexta-feira (16) para saber como está a situação dos repasses feitos para o Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG). Em nota, o Executivo Municipal ressaltou que eles estão em dia e, conforme apurado, chegam a ser antecipados algumas vezes.

A instituição é privada. Os repasses da prefeitura são para custear os leitos SUS que são alugados no HNSG.

Confira a nota da prefeitura:

O hospital Nossa Senhora das Graças, vem, há anos, enfrentando dificuldades financeiras e administrativas internas, no entanto, a Prefeitura de Canoas cumpre rigorosamente os pagamentos junto à instituição, onde compra serviços. Pacientes que tiverem problemas no hospital devem procurar a Ouvidoria da Secretaria Municipal da Saúde através do telefone 3425-7582.

Importante lembrar que o hospital é privado e não administrado pela prefeitura.

Crise se agravando

Mais cedo, foi publicada uma reportagem que mostra o agravamento da crise no Gracinha.

Os atendimentos não estão suspensos, mas médicos estão indo trabalhar sem receber salários. Para atender pacientes faltam medicamentos, insumos para internações e até papel higiênico.

A diretora do corpo clínico do HNSG, doutora Renata Rockenbach, relatou que um dos principais problemas é a falta de medicamentos. “Trabalho na oncologia. Teve colega me relatando que o hospital cancelou sessões de quimioterapia dizendo que o paciente estava com baixa imunidade e que, por isso, não tinha como realizar o procedimento. Quando, na verdade, o problema é não ter o remédio. Muitos querem pedir demissão inclusive.” Ela reforça que para não afetar os procedimentos, “os médicos estão pagando os medicamentos do próprio bolso para não prejudicar os pacientes.”

Esse não é o único relato que a médica vem recebendo. “Semana passada me disseram que não tinha papel higiênico. A filha de uma paciente, fazia as unhas da mãe, quando a enfermeira pediu para deixar o que sobrasse do algodão porque não tinha para os pacientes”, conta.  

A falta de insumos é apenas um dos problemas. Os médicos não recebem o salário integral desde junho, cerca de 25% do pagamento de julho foi feito neste mês. “Mesmo sem receber, todo mundo está indo trabalhar. Não vamos suspender atendimentos. O problema é que muitos não tem o que fazer. Estamos orientando o paciente a reclamar com a administração do hospital”, afirma a médica.

A reclamação já é antiga

Conforme a profissional, “o gracinha já era deficitário antes da pandemia. A situação piorou quando ela chegou e teve a redução de atendimentos no convênio. Todos os hospitais tiveram queda de receita. Para nós, a administração relata que os insumos aumentaram cerca de 300% e que, por isso, não há dinheiro para cobrir esses gastos.” No inicio de agosto, por falta de recursosos atendimentos chegaram a ser suspensos.

A reportagem tenta contato com a administração do hospital, mas ainda não obteve retorno.

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