Chefe do tráfico de drogas de Canoas e Esteio manda em tudo de dentro da cadeia

Ele colocou a família toda para cuidar dos negócios

Uma das apurações feitas durante os sete meses de investigação da Delegacia de Polícia de Esteio sobre a tele-entrega de drogas é que o manda-chuva dá ordens de dentro do presídio. O traficante cumpre pena na Penitenciária Estadual de Charqueadas (PEC) e, de lá, dá ordens para a família continuar tocando o negócio. Sogro, sogra e esposa já foram alvos da polícia. Apenas a sogra foi presa.

Eles eram um dos alvos da Operação Togo, que chegou na sua terceira fase nesta quinta-feira (19). A investigação começou em abril de 2020, quando um traficante foi preso em flagrante na cidade de Esteio. A partir dessa ação, os investigadores realizaram uma mapeamento da estrutura e da forma de funcionamento desses narcotraficantes.

O objetivo da Polícia Civil era de desestruturar a organização criminosa de forma contundente nas bases que ainda resistem e desarticular por completo o fluxo financeiro deles. Eles são vinculados a uma das principais facções do estado do Rio Grande do Sul. “A atuação que é o carro chefe dessa organização é a utilização do sistema de tele entrega de drogas em toda Região Metropolitana e capital, partindo de Esteio e Canoas”, comentou a delegada Luciane Bertolleti, que coordenou a investigação.

Os alvos dessa terceira fase eram criminosos que se beneficiam financeiramente dos lucros do tráfico e são chamados de “laranjas”. Basicamente, segundo a polícia, eles atuam para facilitar a movimentação financeira da quadrilha ou para aquisições de bens pela quadrilha, motoristas entregadores de drogas e outros membros da organização. “Essa organização abastece uma rede de contas bancárias com os lucros advindos da venda de drogas. Só com os presos de hoje, podemos estimar inicialmente um prejuízo que passa de R$ 1 milhão”, afirmou a delegada.

Operação em números

No total, as três fases da To Go teve 50 mandados de busca e apreensão e 26 de prisão. A primeira e segunda fase, ocorridas em junho e setembro, acabaram com 13 prisões, seis veículos seqüestrados e a apreensão de máquinas de cartão de crédito, drogas, armas de fogo, munições, dinheiro e outros objetos.

Só nesta quinta (19), foram 10 criminosos presos sendo que quatro já estavam cumprindo pena na Penitenciária de Charqueadas.  As ordens judiciais foram executadas nas cidades de Esteio, Porto Alegre, Canoas, Sapucaia do Sul, Cachoeirinha, Charqueadas, Tramandaí, Cidreira e Balneário de Camboriu, em Santa Catarina. Foram apreendidos uma arma de fogo, munição, celulares, mil embalagens de pinos para armazenar cocaína e 10 contas bancárias bloqueadas.

“Agimos hoje para encerrar a atividade dessa organização criminosa, atacando as finanças dos narcotraficantes”, finalizou o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), delegado Mário Souza.

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