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14 de dezembro de 2024

Mais dois funcionários do Carrefour vão responder por morte de homem dentro do hipermercado

Beto foi agredido até a morte

A Polícia Civil informou nesta sexta-feira (11) que vai indiciar mais dois funcionários do Carrefour pela morte de João Alberto Silveira Freitas de 40 anos. Beto foi agredido até a morte no dia 19 de novembro por dois vigilantes terceirizados no estacionamento do hipermercado.

Conforme a 2ª Delegacia de Homicídios de Porto Alegre, Kleiton Silva Santos e Rafael Rezende também vão responder por homicídio dolosos triplamente qualificado. Ao todo, seis pessoas serão indiciadas e devem responder presos, pelo crime. Já estão na cadeia: Adriana Alves Dutra (fiscal do hipermercado), Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges. Agora, Paulo Francisco da Silva da empresa de vigilância Vector, também irá responder pelo homicídio.

Atuação de cada um dos acusados no crime

Giovane Silva e Magno Borges constam como agressores diretos. Adriana é apontada por explicações falsas sobre motivo da contenção. Alegou no ato que outra funcionária e ela foram agredidas, além de não mencionar no pedido de socorro que João Alberto havia se envolvido com seguranças e funcionários, mas apenas com clientes. Ela se manteve inerte, segundo a polícia, em prestar ajuda por quase 10 minutos, tempo em que a vítima ficou no chão do estacionamento do mercado após a contenção.

Paulo Silva, assim como Adriana, foi mencionado por não prestar socorro e por impedir gravações e que outras pessoas se aproximassem. A delegada Roberta Bertoldo, que investigou o caso, ressalta que eles nada fizeram para evitar a morte em um descaso com a agonia da vítima.

Já os funcionários do mercado, Rezende e Santos, também impedem a aproximação de mais pessoas na cena do crime, além de Rezende ter chutado João Alberto e de Santos também ter dado chutes, mas ainda socos.

Motivação

A chefe de Polícia, delegada Nadine Anflor, comentou que a investigação apontou que não houve motivo fútil, algo do tipo aleatório, mas motivo torpe pela condição socioeconômica da vítima, entre outros fatores pré-concebidos no inconsciente das pessoas, mas que determinam condutas automáticas. “O trabalho muito bem conduzido pela delegada Roberta aponta que houve motivação repugnante, torpe, com base especialmente nos fatores que motivaram a conduta dos indiciados e a forma como abordaram a vítima, tratando-a de maneira desumana e degradante, o que resultou no indiciamento por homicídio qualificado”, conclui.

A pena prevista para homicídio doloso qualificado é de 12 a 30 anos de prisão. A polícia não encontrou provas de que o caso tenha sido motivado por injúria racial, apesar de entender que faz parte do contexto envolvendo motivo torpe por existir um racismo estrutural na sociedade com influência indireta na abordagem à vítima.

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