O Hospital Moinho de Ventos, em Porto Alegre, decidiu que irá alugar um contêiner refrigerado para depositar os pacientes mortos, assim que o necrotério local atingir sua capacidade máxima de lotação. O Hospital apresenta índice de internação superior à sua capacidade de leitos de UTI, registrando 114,9% de ocupação no início da tarde desta terça-feira (2).
“A nossa lista do morgue (necrotério), ontem (segunda-feira), ultrapassou a capacidade de acomodar as pessoas que faleceram dentro do hospital. Estamos contratando um contêiner para poder colocar as vítimas” disse, em entrevista à GloboNews, o superintendente médico do hospital, Luiz Antonio Nasi.
De acordo com Nasi, a instituição já precisou adotar outras medidas emergenciais, como a transformação do centro cirúrgico e das salas de recuperação em alas para receber pacientes contaminados com Coronavírus.
Segundo Nasi, a situação do Hospital é caótica e a compara com um cenário de guerra. Ele apresentou o dado de que mais de 7 mil pacientes com Covid-19 foram atendidos ao longo do último ano.
Para Nasi, a causa da piora dos índices de internação se deu devido a disseminação da variação P1 do Covis-19 no Rio Grande do Sul. Ele defende que é necessário diminuir o fluxo de pessoas circulando pelas ruas.
“Atingimos o apogeu da gravidade. Os pacientes, além de serem mais jovens, estão muito mais graves. O tempo de permanência na UTI e os recursos dispensados para melhorar a oxigenação dos pacientes foram multiplicados. Isso determinou uma quebra da nossa rotina”, colocou.