PELA 5ÂȘ SEMANA: todo o Rio Grande do Sul segue na bandeira preta

De acordo com o PalĂĄcio Piratini, o sistema hospital gaĂșcho segue sob pressĂŁo e sem leitos

O mapa da 47ÂȘ rodada do Distanciamento Controlado, divulgado nesta sexta-feira (26/3), traz todas as 21 regiĂ”es Covid em risco mĂĄximo, com altĂ­ssima taxa de ocupação hospitalar e velocidade de propagação do coronavĂ­rus. Isso significa que, pela quinta semana seguida, todo o Rio Grande do Sul ficarĂĄ em bandeira preta.

Esse jĂĄ Ă© o mapa definitivo, sem possibilidade de envio de pedidos de reconsideração, devido Ă  gravidade do cenĂĄrio. TambĂ©m segue suspensa a Regra 0-0, a partir da qual municĂ­pios sem registro de Ăłbito ou hospitalização de moradores nos Ășltimos 14 dias poderiam adotar protocolos de bandeira vermelha. A cogestĂŁo regional, por sua vez, estĂĄ permitida.

A anĂĄlise dos dados dos 11 indicadores do modelo de Distanciamento Controlado desta semana mostra relativa estabilidade no total de internados em UTI (-1,8%) e redução nos casos confirmados com Covid-19 em leitos clĂ­nicos (-11,5%). O nĂșmero de Ăłbitos, porĂ©m, ainda foi crescente (+4%), atingindo total de 1.824 nos Ășltimos sete dias.

Considerando o aumento de 2,5% no total de leitos de UTI existentes e a diminuição de 1,7% no nĂșmero de internados, houve redução da razĂŁo de leitos de UTI livres para cada ocupado. Essa redução, no entanto, nĂŁo Ă© suficiente para que a situação do RS seja considerada estĂĄvel. A pressĂŁo sobre o sistema hospitalar permanece, causando ocupação de espaços inclusive fora dos leitos regulares e resultando em operação acima da capacidade indicada em algumas regiĂ”es.

Todo o Estado em bandeira preta

Implementada na 43ÂȘ rodada, a salvaguarda estadual, quando acionada, determina que todas as 21 regiĂ”es fiquem em bandeira preta. A ferramenta leva em consideração a razĂŁo de leitos livres de UTI sobre leitos ocupados por Covid em UTI. Quando a razĂŁo estiver menor ou igual a 0,35 a nĂ­vel estadual, a salvaguarda serĂĄ acionada, e se sobrepĂ”e a todas as outras regras.

O ajuste no modelo foi considerado necessĂĄrio porque, quando a capacidade hospitalar estĂĄ prĂłxima do limite, alguns dados podem sofrer atrasos de preenchimento devido Ă  sobrecarga das equipes e, alĂ©m disso, os indicadores de “velocidade do avanço” e de “variação da capacidade de atendimento” se tornam prejudicados – uma vez que, mesmo havendo demanda por leitos, podem nĂŁo ser preenchidos devido Ă  lotação das ĂĄreas Covid dos hospitais. Esse aprimoramento visa melhor refletir e evitar o esgotamento de leitos.

Nesta 47ÂȘ rodada, as regiĂ”es com menor mĂ©dia ponderada final foram Santo Ângelo (2,08), IjuĂ­ (2,08), Santa Rosa (2,05) e Pelotas (2,01). GuaĂ­ba e Cachoeira do Sul atingiram as maiores mĂ©dias ponderadas finais da rodada, com 2,56 e 2,55, respectivamente. Por este motivo, a salvaguarda se torna necessĂĄria, para que as regiĂ”es estejam em nĂ­veis de risco mais adequados Ă  realidade estadual.

Pelas salvaguardas regionais, 19 regiĂ”es estariam em bandeira preta, com exceção apenas de Pelotas e BagĂ© ficariam em bandeira vermelha. A salvaguarda regional, implementada na 35ÂȘ rodada, Ă© acionada quando a regiĂŁo tem elevada quantidade de novas hospitalizaçÔes e de pacientes confirmados com Covid-19 e, ao mesmo tempo, estĂĄ inserida em uma macrorregiĂŁo com baixa capacidade hospitalar.

Sem as salvaguardas adotadas pelo governo do Estado, o RS teria apenas duas regiĂ”es em bandeira preta – GuaĂ­ba e Cachoeira do Sul –, que atingiram as mĂ©dias ponderadas finais mais altas da rodada. As demais regiĂ”es estariam em bandeira vermelha.

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