Em tom de brincadeira, o governador do RS disse em reunião na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul, na sexta-feira (18), que pode deixar o governo em março. Eduardo Leite (PSDB) se referia ao prazo de desimcompatibilização obrigatório para quem vai concorrer a outro cargo.
Leite está balançado com o convite do PSD para concorrer à Presidência da República, feito pelo presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab. “Passar um cavalo encilhado já não é fácil; passar dois, não dá pra gente desprezar”, disse.
Quando falou com Ranolfo Vieira Jr., seu vice e provável sucessor, deixou a entender que a decisão ainda não está tomada. “Não sei se até o final do ano ou até logo mais, em março, ô Ranolfo”, enfatiza.
“Eu gosto da vida pública, me sinto vocacionado, me sinto realizado quando a gente faz um trabalho como o que a gente fez aqui no Rio Grande do Sul. Mais do que fizemos é como fizemos. Vocês nunca viram o governador xingar, bater em alguém, falar mal de adversário. Foi com diálogo, foi com respeito que a gente construiu isto”, discursou recebendo aplausos de empresários.
Partido e empresários querem reeleição
O PSDB, atual partido de Leite, quer que ele concorra a reeleição no Rio Grande do Sul, mas o governador sempre se disse contrário à prática.
Em um jantar, empresários se reuniram para pedir que Eduardo reconsidere sua posição e seja candidato. O encontro foi no Armazém 7 do Cais Mauá e contou com a presença de mais de 20 representantes de áreas diferentes.
Conforme a jornalista Rosane de Oliveira, de GZH, José Galló, Bruno Zaffari, Gilberto Petri, Dody Sirena e Carla Tellini eram alguns dos presentes. O representante da Farsul, Domingos Velho, foi quem leu o discurso escrito por seus pares. Segundo eles, Leite “nunca perdeu o rumo, nunca perdeu o tom. Tem sido timoneiro e maestro. Tem conduzido o Rio Grande do Sul com segurança no meio da maior crise sanitária da história recente. Chega a ser quase inacreditável olhar para o Estado hoje e perceber que, sim, viramos o jogo”, afirmaram.
Entre os pontos positivos citados por Velho, estão os salários do funcionalismo pago em dia, o fim das alíquotas majoradas de ICMS e as privatizações. “Não podemos e não queremos voltar a um período de incertezas e de desânimo”, afirmam em uma espécie de crítica aos antecessores.