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Vice-prefeito eleito em 2020, Nedy de Vargas Marques (Avante) é o prefeito em exercício de Canoas desde a última quinta-feira (31). Ele assumiu o cargo porque o prefeito Jairo Jorge foi afastado após uma operação do Ministério Público (MP).
Pelas redes sociais, Nedy ressalta que segue trabalhando para dar continuidade a gestão. Além disso, ele reforça que Jairo será absolvido pela Justiça. “Tenho confiança na Justiça, que, quando realizar o julgamento do mérito, irá reconhecer que o prefeito Jairo Jorge não praticou qualquer ilegalidade, e o absolverá.”
Nos últimos dias, o prefeito em exercício tem mantido uma agenda intensa de trabalho. Entre os compromissos, estão visitas em obras e reuniões com o secretariado. Porém, ele não deixa de elogiar o companheiro de chapa. “Reconheço no prefeito Jairo Jorge uma figura pública amada pelo povo de Canoas. Não só pelo ser humano, mas pelo gestor público que ele é, sempre com o compromisso de servir às pessoas.”
Operação Copa Livre
A investigação do Ministério Público começou após um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) detectar irregularidades no setor da saúde. A partir das quebras de sigilo, os promotores identificaram combinações ilegais em cinco contratos de serviços. Dois deles, os principais, são na área da saúde e envolvem o Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O valor dos contratos é superior a R$ 66,7 milhões. Porém, nem todo esse valor foi pago, portanto, as supostas irregularidades não atingem todo o montante.
O MP identificou os crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, supressão de documentos, fraude à licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro. “A operação hoje realizada representa a fase ostensiva de um trabalho intenso da instituição visando obstar fraudes nas contratações de prestação de serviços, sobretudo na área da saúde. O ressarcimento dos danos ao erário, sem prejuízo da aplicação de outras sanções, também é medida essencial que será adotada pela instituição”, afirma o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Júlio César de Melo.
Ao todo, foram cumpridas 81 medidas cautelares contra 24 pessoas físicas e 15 empresas. Sete dessas empresas foram proibidas de contratar com o poder público. Essas medidas cautelares foram cumpridas em endereços comerciais e residenciais, em instituições e órgãos públicos de Canoas, Porto Alegre, São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP), Barueri (SP), Santana do Parnaíba (SP), Nova Iguaçu (RJ), Niterói (RJ) e Contagem (MG).