ESPANCADO ATÉ A MORTE | Seguranças do Carrefour dizem que não tiveram intenção de matar cliente

João estava no caixa do supermercado.

João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi morto por seguranças no estacionamento do hipermercado Carrefour no dia 19 de novembro de 2020. Depois de grande repercussão da mídia, o caso está em julgamento. Para a juíza Lourdes Helena Pacheco da Silva, os seguranças envolvidos disseram que não tiveram a intenção de matar o homem e que ele estava completamente descontrolado.

Seis pessoas respondem por homicídio triplamente qualificado com os agravantes de motivo torpe, crueldade e por não permitir que a vítima se defendesse. Os seguranças Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva estão presos. Adriana Alves Dutra, fiscal da loja, Paulo Francisco da Silva, segurança, Kleiton Silva Santos e Rafael Rezende, funcionários também estão como réus.

Como aconteceu

Segundo a Polícia Civil, João estava no caixa do supermercado e foi levado para a entrada da loja e teria começado uma briga após acertar um soco no brigadiano. Em seguida, foi surrado. A ação foi gravada e divulgada nas redes sociais.

No vídeo, que circula nas redes sociais, é possível ver dois homens vestindo uma roupa preta, o que aparenta ser a vestimenta dos seguranças, dando socos no rosto de João, que já está no chão. Há uma mulher nas imagens que parece estar filmando. Já com sangue no chão, aparecem mais pessoas em volta de João, enquanto os dois seguranças tentam imobilizá-lo.

Uma equipe do SAMU tentou reanimar João depois de ser espancado, porém ele não resistiu e morreu no local.

Nota do Carrefour (Na época)

O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão. O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário.

O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente. Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais.

Nota da Brigada (Na época)

Imediatamente após ter sido acionada para atendimento de ocorrência em supermercado da Capital, a Brigada Militar foi ao local e prendeu todos os envolvidos, inclusive o PM temporário, cuja conduta fora do horário de trabalho será avaliada com todos os rigores da lei. Cabe destacar ainda que o PM Temporário não estava em serviço policial, uma vez que suas atribuições são restritas, conforme a legislação, à execução de serviços internos, atividades administrativas e videomonitoramento, e, ainda, mediante convênio ou instrumento congênere, guarda externa de estabelecimentos penais e de prédios públicos. A Brigada Militar, como instituição dedicada à proteção e à segurança de toda a sociedade, reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos e garantias fundamentais, e seu total repúdio a quaisquer atos de violência, discriminação e racismo, intoleráveis e incompatíveis com a doutrina, missão e valores que a Instituição pratica e exige de seus profissionais em tempo integral.

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