Cliente negro é espancado até a morte no Carrefour

Ele foi agredido por dois seguranças

Um homem negro foi espancado e morto por dois homens, na noite da última quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra, no Carrefour em Porto Alegre. A vítima foi identificada como João Alberto Silveira Freitas, 40 anos.

Os dos homens, um de 24 anos e outro de 30anos, foram presos em flagrante. Um deles é brigadiano e foi encaminhado a um presídio militar. Já o outro é segurança do supermercado e foi levado a um prédio da Polícia Civil. A investigação está tratando o caso como homicídio qualificado.

Segundo a Brigada Militar, o espancamento começou depois de um desentendimento envolvendo João e uma funcionária do Carrefour. João teria ameaçado agredir a funcionária, que pediu socorro para o segurança.

Em nota o Carrefour lamentou o caso e informou que deu início a uma rigorosa apuração interna para que os responsáveis sejam punidos. A rede também informou o rompimento do contrato com a empresa que presta serviço de segurança.

A brigada, também em nota, informou que o policial militar era temporário e não estava em seu horário de trabalho. De acordo com o batalhão, as funções dele eram limitadas a executar serviços internos, atividades administrativas e videomonitoramento, além de realizar a guarda externa de estabelecimentos penais e prédios públicos.

Como aconteceu

Segundo a Polícia Civil, João estava no caixa do supermercado e foi levado para a entrada da loja e teria começado uma briga após acertar um soco no brigadiano. Em seguida, foi surrado.

Há um vídeo circulando nas redes sociais desde o final da noite de quinta-feira e a polícia investigará as imagens dele e também câmeras de segurança.

No vídeo que circula nas redes sociais é possível ver dois homens vestindo uma roupa preta, o que aparenta ser a vestimenta dos seguranças, dando socos no rosto de João, que já está no chão. Há uma mulher nas imagens que parece estar filmando. Já com sangue no chão, aparecem mais pessoas em volta de João, enquanto os dois seguranças tentam imobilizá-lo.

Uma equipe do SAMU tentou reanimar João depois de ser espancado, porém ele não resistiu e morreu no local.

Nota do Carrefour

O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão. O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário.

O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente. Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais.

Nota da Brigada

Imediatamente após ter sido acionada para atendimento de ocorrência em supermercado da Capital, a Brigada Militar foi ao local e prendeu todos os envolvidos, inclusive o PM temporário, cuja conduta fora do horário de trabalho será avaliada com todos os rigores da lei. Cabe destacar ainda que o PM Temporário não estava em serviço policial, uma vez que suas atribuições são restritas, conforme a legislação, à execução de serviços internos, atividades administrativas e videomonitoramento, e, ainda, mediante convênio ou instrumento congênere, guarda externa de estabelecimentos penais e de prédios públicos. A Brigada Militar, como instituição dedicada à proteção e à segurança de toda a sociedade, reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos e garantias fundamentais, e seu total repúdio a quaisquer atos de violência, discriminação e racismo, intoleráveis e incompatíveis com a doutrina, missão e valores que a Instituição pratica e exige de seus profissionais em tempo integral.

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