CANOAS | “Quero ter o direito de me defender e de governar”, afirma Jairo Jorge após depoimento para o MP

Prefeito rebate ponto a ponto as acusações do Ministério Público.

Por Bruno Lara

O prefeito eleito de Canoas, Jairo Jorge (PSD) prestou depoimento nesta terça-feira (14) no Ministério Público Estadual (MP). Em suas redes sociais, ele postou vídeo refutando ponto a ponto as acusações e reivindicando o direito de se defender e de voltar para a administração da cidade.

Afastado desde 31 de março em função da Operação Copa Livre, Jairo se diz triste com tudo o que aconteceu, mas confiante na Justiça. “Neste momento eu quero ter o direito de me defender e o direito de governar”, reivindica.

O prefeito afastado está respondendo por três acusações neste processo. O primeiro é sobre um possível beneficiamento na gestão do Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC).

Segundo o MP, ele teria ido até Barueri, em São Paulo, se reunir com empresários às 12h30 do dia 25 de setembro de 2020, ocasião em que teria recebido em mãos a quantia de R$ 150 mil.

Jairo, porém, refuta dizendo que teve agendas em Canoas neste dia. As 10h estava em uma Live em sua casa com o candidato a deputado Gaúcho da Geral (PSD). E às 13h30 estava com o candidato a prefeito de Alvorada Juliano Marinho. Mais tarde, às 14h30, teve reunião com o presidente do sindicato dos lojistas de Canoas. “É impossível estar em dois lugares ao mesmo tempo”, argumenta lembrando que a viagem, mesmo que com avião fretado, levaria mais de uma hora apenas de voo.

Empresa de limpeza urbana

Outra acusação é quanto a limpeza urbana. A contratação da empresa GSM, que era da esposa de um apoiador de campanha, resultou na demissão de um diretor e um secretário, ações tomadas após apontamento do Tribunal de Contas. “Não tenho relações com essas pessoas. Não as conheço pessoalmente. A dona dessa empresa não e das minhas relações. Não sabia que o marido dela trabalhou na nossa campanha. Nunca conversei com ele, por exemplo. Se passar na rua eu não sei quem é”, garante.

O contrato emergencial era necessário, segundo ele, em função da pandemia de Covid-19. Quando assumiu a cidade não tinha nenhum contrato vigente. “Houve falha. Houve falha nossa. A Procuradoria Geral do Município poderia ter evitado. A Controladoria poderia ter evitado. Nós falhamos”, assume.

Ele ainda afirma que é importante a população entender que o prefeito, em uma cidade grande como Canoas, tem diversas coisas acontecendo ao mesmo tempo e milhares de documentos com milhões de páginas, impossíveis de ler uma a uma. Segundo Jairo, é por isso que uma estrutura de servidores existe: para ler, identificar estes problemas e alertar o prefeito. “Caberia a eles, funcionários de carreira, me darem um parecer apontando as falhas. Mas eles me deram dizendo que estava tudo prefeito”, aponta. “Eu procurei fazer o melhor, mas a prefeitura infelizmente errou”, conclui.

Contrato do Samu

Jairo Jorge garante que, tanto no contrato do hospital quanto no do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), houve concorrência e onde o menor preço venceu. No Samu foi feita licitação em menos de um ano parada que fosse uma solução definitiva. Ele afirma que foram seis contratos emergenciais nos últimos quatro anos antes de assumir (gestão anterior). Como terminou o contrato em fevereiro, um mês após assumir, a única saída era outro emergencial por não ter tempo de fazer licitação. A licitação, porém, resultou em uma economia de 100 mil por mês.

Com o HPSC algo semelhante aconteceu. Ele relembra que terminava a intervenção do Gamp estipulada pela Justiça e uma administração era necessária para não fechar o hospital. O contrato, comparado com o gasto pela Prefeitura para administrar a instituição, resultou em uma economia de 2,5 milhões a menos por mês, ou seja, 15 milhões em 6 meses.

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