APÓS ACIDENTE | Caminhoneiro fica tetraplégico e faz suicídio assistido

"Estou no meu limite, tanto mental quanto fisicamente", disse o homem.

Um homem de 44 anos morreu nesta quinta-feira (16) através de um suicídio medicamente assistido na Itália. O país proíbe que pessoas tentem tirar a própria vida, mas Federico Carboni foi autorizado como uma exceção após ficar tetraplégico em um acidente de trânsito.

O motorista de caminhão tomou um coquetel de drogas letais com o auxílio de uma máquina. Médicos, amigos e familiares acompanharam o processo até Federico morrer. “Não nego que eu lamento dizer adeus à vida. (…) Fiz todo o possível para viver o melhor que pude e tentei aproveitar ao máximo apesar da minha deficiência, mas agora estou no meu limite, tanto mental quanto fisicamente”, disse Carboni.

No país, há uma Associação de Apoio a Eutanásia, chamada Luca Coscioni. Eles foram os defensores do caso de Carboni para autoridades sanitárias e também nos tribunais. Eles levantaram mais de R$ 27 mil (em euros) para comprar as drogas e os equipamentos necessários para que Federico pudesse tirar a própria vida. “Continuaremos a lutar para que obstrucionismos semelhantes e violações da vontade dos doentes não se repitam”, disse a associação.

O homem estava tetraplégico há 10 anos. Ele precisava de assistência durante 24 horas todos os dias. Ele descrevia a situção como “um barco à deriva no oceano”. A decisão foi embasada nesta situação. “Agora estou finalmente livre para voar para onde quiser”, dizia Carboni.

Suicídio assistido é quando médicos prescrevem uma combinação de drogas que, na dose recomendada, levará a pessoa a morte. Porém, ela é quem escolhe a hora que vai tomar os medicamentos e morrer, diferente da eutanásia, quando o próprio médico aplica o meio pelo qual se dará a morte. O Brasil não criminaliza o suicídio, mas pune “induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação. Países como Suíça, Holanda, Áustria e Espanha permitem a modalidade.

Em caso de pensamentos suicídas, ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV) através do telefone 188, disponível 24 horas por dia.

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