Quem se desloca de ônibus dentro de Canoas ou utiliza o transporte público para ir e voltar de cidades da Região Metropolitana enfrenta dificuldades na hora de fazer o cartão TEU no município. Embora seja uma promessa de solução conectada com as novas tecnologias, a realidade é que os passageiros precisam enfrentar diversos empecilhos para conseguir o bilhete.
Utilizado como argumento nas discussões para o “fim dos cobradores”, o cartão tem tomado o tempo e a paciência de quem precisa fazer a primeira via do bilhete antecipado, aquele de cor amarela. Já que o motorista agora também é o responsável por receber o dinheiro e dar o troco enquanto dirige, ter o bilhete metropolitano facilita o processo e torna tudo mais seguro.
Mas adquirir o cartão não é assim tão simples. Embora se tenha a opção de pedir online, é necessário aguardar dois dias e ir até um dos pontos físicos de venda para retirar. É aí que outro empecilho surge: não se aceita cartão de crédito ou débito, a tecnologia PIX também não chegou. Então, os passageiros devem realizar uma primeira recarga única e exclusivamente em dinheiro.
Há ainda outro entrave: os documentos digitais emitidos pelo próprio Governo Federal no aplicativo Gov.br não são considerados. É necessário chegar ao local com documento impresso em mãos. “É um absurdo, parece que querem dificultar a vida das pessoas. Tu perde um turno de trabalho para resolver todas essas burocracias e ainda é mal atendido”, afirma uma moradora que preferiu não ser identificada com medo de represálias.
Depois de finalmente conseguir o cartão, é possível fazer a recarga pela internet. Mas nem tudo é tão fácil. O TEU! é aceito em ônibus de algumas empresas, como Sogal e Transcal, que fazem o transporte em cidades como Canoas, Nova Santa Rita e Gravataí. Quem pega outro ônibus para circular em Porto Alegre, por exemplo, vai precisar também fazer mais um bilhete, já que na Capital apenas o Cartão TRI funciona.
O “TEU!” é um Consórcio que congrega 15 empresas concessionárias e permissionárias do transporte de passageiros da Região Metropolitana de Porto Alegre, que utilizam o sistema de bilhetagem eletrônica. A reportagem tenta contato, mas ainda não obteve retorno.