Empresa recomenda suspensão da venda de ração após a morte de 11 cães contaminados

Entre os sintomas que a contaminação por aflatoxina pode causar, destaque para perda de apetite, lentidão, vômitos e diarreia.

A 1ª Delegacia de Polícia de Viamão instaurou inquérito policial para apurar a morte de pelo menos 11 cães no município. Conforme as investigações preliminares, as mortes foram registradas desde o mês de junho, após os animais terem consumido ração possivelmente contaminada pelo fungo aflatoxina. Outros animais ficaram doentes ou precisaram ser internados em Viamão, Porto Alegre e outras cidades da Região Metropolitana.

De acordo com a delegada Jeiselaure Rocha de Souza, as rações investigadas são das marcas Pet Palatto e Bocão, de lotes do mês de março, da fabricante Andrealan, de Santa Catarina. Procurada pela reportagem do jornal Leouve, a equipe jurídica da empresa declarou que o caso está sendo monitorado e “tratado com máxima atenção”, inclusive através de contato com todos os consumidores que relataram qualquer anormalidade após o consumo das rações. A empresa recomenda a suspensão imediata do consumo, comercialização e distribuição dos lotes de produção.

A delegada explicou que foram agendadas, para segunda e terça-feira da próxima semana, oitivas com tutores, proprietários de agropecuárias e veterinários que atenderam os cães. “São muitos desdobramentos. Lá no início da semana, de posse de todos os documentos, é que a gente vai intimar a empresa para se manifestar. Até o momento ela não nos procurou”, disse Jeiselaure.

Uma amostra da ração e a necropsia dos cães que vieram a óbito comprovaram a contaminação, após análises feitas em laboratórios das universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de Santa Maria (UFSM).

A delegada declarou ainda que investiga todas as possibilidades, mas que é remota a possibilidade de contaminação pela mesma substância nos lares dos cães, já que as marcas de ração do mesmo fabricante foram consumidas pelos que morreram e que ficaram doentes. A investigação aponta para a possibilidade de crimes contra as relações de consumo.

A Polícia Civil ainda reforça que outros animais podem ter sido contaminados e que é importante que os tutores façam o registro de ocorrência. A delegada Jeiselaure declarou, ainda, que já foram adotadas providências junto ao Ministério Público e autoridades sanitárias estaduais e municipais.

Entre os sintomas que a contaminação por aflatoxina pode causar, destaque para perda de apetite, lentidão, vômitos e diarreia. Olhos, gengivas e pele também podem ficar amarelados em razão de danos no fígado.

A reportagem de Agência GBC tenta contato com a empresa, mas ainda não obteve retorno. Para GZH, Iago Pereira, advogado da Andrealan Nutrição Animal, disse que a empresa recomenda a suspensão imediata do consumo da ração em todos os casos relatados, que a indústria realiza um “rigoroso processo de investigação” e que colabora com as autoridades.

Ele afirma que não teve acesso aos inquéritos e reafirma as “boas práticas” da indústria. Segundo ele, qualquer cliente que notar anormalidades deve entrar em contato com a empresa pelo telefone (48) 3657-0051. “Não há utilização de insumos mal conservados, podres, mofados ou em qualquer condição semelhante, em nosso processo de industrialização”.

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