Transporte público: o candidato que oferecer uma ideia top sobre o tema, leva meu voto. Simples assim. Sou usuário do sistema, ando de trem e ônibus praticamente todos os dias. E, todos os dias, acho arcaico e ambientalmente irresponsável um monte de ônibus enchendo o nosso céu de fumaça e dióxido de carbono.
Para se ter uma ideia, a emissão de C0² da cidade de Canoas por habitante no ano de 2018, segundo o ICLEI, foi de 11,65 toneladas. O número é superior a média de países como o Japão (9,23 ton) e Alemanha (9,01 ton). Poluímos e estimulamos o efeito estufa mais do que o dobro da média per capita do mundo, que foi de 5,24 toneladas em 2018. Tá certo que isso não é só por conta dos ônibus: a maior parte dessa emissão vem da Refap e da matriz econômica da região, que é feita de empresas de transformação. Moramos em uma cidade cortada por rodovias de trânsito intenso, como a BR-116. Mas o ônibus velho e com o motor mal calibrado que nos leva para casa faz a sua contribuição.
Se pensarmos que há uma meta mundial acordada entre a ONU e os principais países do mundo, incluindo o Brasil, para neutralização da emissão de carbono na atmosfera até 2060, ou seja, em menos de 40 anos, percebemos que Canoas precisa muito fazer o dever de casa. E em se tratando de transporte público, especialmente. Além de poluir, o serviço é ruim. Poluidor e ineficiente, vamos andando aos trancos de barrancos, mais por necessidade do que por vontade. E tem gente que culpa a ‘uberização’: não! As pessoas fugiram do ônibus porque andar de ônibus é ruim, simples.
Teria uma centena de motivos para votar em qualquer candidato local nessa eleição, especialmente naqueles que prometem ‘ajudar’ Canoas. Naqueles que prometem ser os embaixadores da cidade em Brasília ou na Assembleia Legislativa. Mas vou votar em que apresentar uma ideia viável e bacana para melhorar o transporte coletivo, o local e o metropolitano. Por pressão dos prefeitos, o governo federal está liberando R$ 2,5 bilhões para custear gratuidades – o prazo para requisitar o recurso é 9 de setembro.
Esse dinheiro dá uma aliviada no caos para este ano, mas sem uma solução de longo prazo, vamos precisar por a mão no bolso no ano que vem de novo – e de novo e de novo e de novo nos anos seguintes, como tem acontecido aqui na cidade. Do contrário o transporte para. E paramos todos nós.
Meu voto, este ano, vou dar para quem tiver uma solução.