O Oportunidade Canoense foi criado em meados de 2021 aliando duas necessidades, à época. Era preciso oferecer ajuda a quem estava enfrentando dificuldades de se locomover pela cidade em busca de emprego e, ao mesmo tempo, garantir recursos ao sistema de transporte público, à beira de um colapso pela queda brusca da passageiros em razão das restrições de circulação para combate da Covid-19. Injetar dinheiro público na Sogal sempre provocou mais narizes torcidos do que o reconhecimento da população, mas era uma necessidade: sem a ajuda da Prefeitura, os ônibus tinham parado de vez.
Foi aí que Jairo Jorge pôs em prática o plano de transformar os limões do auxílio e do subsídio em uma limonada só. Em vez de fazer um repasse para a Sogal, comprou passagens de forma antecipada – e as usou para o Oportunidade Canoense. Esse mesmo que, agora, Nedy de Vargas Marques, o prefeito em exercício, anunciou a entrega dos cartões da 5ª etapa, como o leitor pode conferir no post Prefeitura entrega no final do mês cartões de passagem para 3,4 mil canoenses sem emprego.
Há 21 dias do encerramento do período de afastamento do prefeito, ainda não é possível cravar certeza se ele volta ou se as restrições serão renovadas, mas dá para dizer que enquanto programas como o Oportunidade Canoense estiverem de pé, o DNA de JJ estará presente. Sem torcida ou secação, como estão acostumados a bradar os que tem lado, foi uma solução um passo a frente das tomadas aqui e ali, na região. Enquanto gestores simplesmente garantiram o socorro às empresas de ônibus sem contrapartida alguma, JJ comprou passagens. Para quem não tem preconceito com o subsídio à um serviço público essencial, reputo, a solução não pode ser comparada a dinheiro público por baixo da roleta; o ‘busãoduto’ do subsídio, pelo menos em Canoas, funcionou para quase 8 mil pessoas que estão andando de ônibus desde o ano passado em busca de emprego – e àquelas que participam do Auxílio Emergencial Canoense, que também recebem cotas de passagem por mês.
A exemplo do que já tinha feito em outras ocasiões, Nedy voltou a lembrar que a marca na pele do Oportunidade Canoense é a de JJ e não a de “engenheiros de obra pronta” – num nada velada referência a Felipe Martini, o antecessor de Paulo Bogado na Secretaria de Enfrentamento à Pandemia. Não convide Nedy e Martini para a mesma mesa: o estremecimento que havia entre ambos virou distância quando Martini desistiu de concorrer e culpou, entre outros, Nedy por não o apoiar. De qualquer maneira, ao referir JJ como ‘pai’ do programa, o prefeito em exercício fez lembrar a todos que o homem por trás daquela ideia é exatamente aquele que não podia estar na cerimônia. “Espero que volte para completar o que começaste”, finalizou Nedy.
Sob o aplauso de todos.