Coordenado pelo presidente municipal do Solidariedade, Mario Cardoso, um evento do comitê suprapartidário em apoio à eleição de Lula à presidência República mudou um pouquinho a pauta do dia para receber no início da noite desta segunda-feira (24) o candidato a vice-governador Gabriel Souza, do MDB. Ele é companheiro de chapa de Eduardo Leite (PSDB) que, horas antes, teve a notícia de que o PT gaúcho está recomendando o voto no tucano como forma de evitar a vitória de Onyx Lorenzoni no RS e ampliar a chance de vitória de Lula contra Jair Bolsonaro no segundo turno.
O ato em Canoas acabou se transformando no primeiro em todo o Estado a favor de Leite que contou com a presença de vereadores do PT. Mario Cardoso já vinha organização a recepção a Gabriel quando soube da nota petista. Estava dada a senha para convidar os representantes locais do partido para o evento no Canoas Park Hotel. As vereadoras Maria Eunice e Vani Piovesan estiveram por lá ao lado do presidente municipal da sigla, Victor Labes. Além deles, vereadores do MDB e do PDT também participaram do encontro – mesmo que alguns tenham deixado claro que apoiam Leite no Rio Grande do Sul, mas não estarão com Lula no plano federal.
É o caso de Cézar Mossini (MDB) e Alexandre Gonçalves (PDT), por exemplo. Ambos estão em partidos que definiram por apoio ao petista, mas reivindicam situações pessoais para não abrir o voto em Lula. É o caso também do vereador Jefferson Otto, do PSD, que foi ao evento chamado por Mario Cardoso e encontrou por lá o presidente municipal do partido, Felipe Martini, seu notório desafeto. Martini e Otto não tem, em suas redes sociais, qualquer menção de apoio às candidaturas no plano nacional.
Outra do Mario: ele vem se esforçando nos bastidores para garantir uma unidade em torno da campanha ‘LuLeite’ na eleição que acontece no próximo domingo. Diante de uma certa resistência de algumas lideranças de centro em assumir o apoio a Lula, optou por manter próximos os que, pelo menos, puseram o adesivo de Leite no peito. Mantendo os divergentes por perto, acredita que seja mais fácil unir forças contra o antagônico – que, no caso, é o bolsonarismo raiz de lá, com Jair, e de cá, com Onyx.
O ato com Gabriel Souza não deixa de ser, também, uma resposta à mobilização ‘BolsOniyx’ que promoveu um adesivaço no último sábado na Avenida Inconfidência, com a presença de vereadores – inclusive Abmael Oliveira, do Solidariedade, que afirmou em recente conversa com o blog que por ser um ‘conservador liberal’, não tem afinidade ideológica para estar ao lado de Lula.
A semana que antece a eleição promete ser quente pra cá da ponte do Gravataí.