Padrasto vai responder pela morte do enteado de 3 anos

A PolĂ­cia Civil concluiu, na sexta-feira (25/11), o inquĂ©rito sobre a morte do menino Anthony Chagas de Oliveira, de dois anos, levado desmaiado para um posto de saĂșde em Cidreira, no Litoral Norte. O padrasto, de 21 anos, foi indiciado por homicĂ­dio qualificado e tortura. JĂĄ a mĂŁe da criança, de 26 anos, foi indicada por tortura por omissĂŁo.

O advogado de defesa de Diego Medeiros, Celomar Cardozo, informou ao jornal, que ainda nĂŁo teve acesso ao relatĂłrio final do inquĂ©rito policial, nem aos laudos periciais, mas que “acredita na versĂŁo de Diego de que o que ocorreu foi um acidente e lutarĂĄ nos autos para comprovar que nĂŁo houve dolo na morte do menino.”

A Defensoria PĂșblica, que representa Joice Chagas Machado, tambĂ©m foi contatada, mas atĂ© a Ășltima atualização desta reportagem nĂŁo havia retornado.

O caso ocorreu no dia 14 de outubro. Ambos foram presos temporariamente no dia 18 daquele mĂȘs. Segundo o delegado Rodrigo Nunes, a prisĂŁo foi convertida para preventiva.

Conforme o delegado, o indiciamento do padrasto se dĂĄ por motivo fĂștil, meio cruel, pela impossibilidade de defesa da vĂ­tima e por ter sido praticado contra menor de idade. AlĂ©m disso, a polĂ­cia considerou a circunstĂąncia do crime ter sido praticado por uma pessoa sob quem a criança estava sob autoridade e guarda.

No caso da mĂŁe, que nĂŁo estava presente no momento do crime, a polĂ­cia considerou que ela tinha conhecimento da violĂȘncia de longa data sofrida pelo filho e que nada fez para impedir as agressĂ”es.

A investigação

Segundo o inquĂ©rito, o padrasto foi responsĂĄvel por espancar a criança. “A perĂ­cia confirmou a causa da morte como politraumatismos contusos, sendo identificadas na vĂ­tima diversas lesĂ”es nos ĂłrgĂŁos internos, escoriaçÔes e hematomas por todo o corpo, alĂ©m de fraturas em ambos os braços”, diz o delegado.

Anthony apresentava fraturas nos braços e lesĂ”es na regiĂŁo interna do corpo quando foi atendido na unidade de saĂșde. A equipe que prestou o atendimento no local chamou a Brigada Militar (BM) apĂłs perceber que o corpo apresentava sinais de violĂȘncia. Conforme o boletim policial registrado na delegacia de Cidreira, houve tentativa de reanimação do menino, mas ele nĂŁo reagiu e foi confirmada a morte.

Dois meses antes do crime, o pai e a mĂŁe do menino chegaram a um acordo extra-judicial, e o filho foi morar com a mĂŁe e o padrasto. “É uma dor horrĂ­vel. Mas estou tentando ser forte com tudo isso, pois a gente tem outra menina de 6 anos. Eu espero que o culpado pague pelos atos, porque um anjo desses nĂŁo merecia isso”, disse o pai biolĂłgico da vĂ­tima em outubro.

Foto: Arquivo JRM
Fonte: G1 RS

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