O processo que define a empresa que vai assessorar o governo em um plano municipal para o transporte público e na licitação que, no final de 2023, mudará o sistema, ainda não está concluído – mas já se sabe quem será a vencedora. A empresa de engenharia, planejamento e consultoria Urbtec TM, de Curitiba, no Paraná, é a única inscrita. No dia 14, os envelopes das propostas técnica e financeira serão abertos e, após um prazo recursal de cinco dias, a contratação já poderá ser feita – caso, é claro, não haja anormalidades nas propostas ou recurso judicial.
A Urbtec é dirigida pelo engenheiro civil pós graduado em Gestão Urbana Gustavo Taniguchi. A empresa recentemente fez um plano de transporte distrital para a região no entorno da cidade de Guarapuava, no Paraná. Também participa da revisão do Plano Diretor de Pato Branco, no mesmo Estado.
De acordo com o edital canoense, a empresa vencedora da tomada de preços deve ser ‘especializada no trabalho técnico-profissional de estudos e pesquisas na área de transporte público para elaboração de Projeto Básico para a concessão dos serviços do Sistema de Transporte Coletivo Urbano, incluindo diagnóstico dos sistema atual e a elaboração de recomendações técnicas para a reestruturação do sistema, considerando os diferentes modais relativos ao transporte público coletivo que servem o Município de Canoas e com o objetivo de organizar um sistema integrado de transporte na cidade’. Como se pode depreender do objeto do edital, a Urbtec não vai operar o transporte; prestará consultoria à prefeitura para colocar um edital na rua, ano que vem, quando a atual concessão da Sogal chegará ao fim.
Vale ressaltar que o projeto do aeromóvel, uma das bandeiras do prefeito Jairo Jorge, deve ser considerado no plano para o novo sistema de transporte em Canoas, o que não é garantia de que será executado. Nedy de Vargas Marques, que está no exercício do governo, não deixa claro se bancará o transporte de passageiros sobre trilhos – mesmo que seja em formato de PPP, como havia sugerido JJ quando voltou ao governo, em janeiro de 2021.
Além disso, a Urbtec deverá avaliar a ideia de fracionar a concessão do transporte por quadrante como forma de estimular a concorrência e não deixar todo o sistema na mão de uma única empresa. A experiência com a Sogal, que opera o trasnporte canoense há mais de 50 anos, deixou marcas incuráveis na última década. Se uma mudança geral não ocorrer, tudo pode ruir.
Ao meu ver, a concessão do transporte e o edital que definirá o formato de operação do novo sistema é a grande licitação do governo. De todo o governo. Da década, talvez.