Entenda bem: não é que Canoas não tenha oposição. Tem, e tem sim. Ela saiu das urnas, em 2020. Mas o prefeito em exercício, Nedy de Vargas Marques, com a experiência de seis mandatos de vereador, resolveu aplicar uma nova estratégia no trato com o parlamento. Diria inovadora, até. E que pode dar certo. Em uma conversa de final de ano, convidou os 21 vereadores canoenses para um bate-papo. Lembrou que desde que assumiu o cargo com o afastamento de Jairo Jorge, em 31 de março, recebe a todos indistintamente em seu gabinete. “Não fecho a porta para ninguém”, repetiu, algumas vezes.
Ao final da conversa, conclamou a todos para serem parceiros da cidade, não só do governo. Parece clichê mas, na prática, não é. Nedy, que vem mantendo as relações políticas do governo sob o próprio controle, vai discutir com todos os vereadores os encaminhamentos do governo que dependem de aprovação do parlamento. Pode até dar mais trabalho, mas diminui as chances de crise: a base não é mais o para-choque de tudo que passa pela Câmara; e se alguém não ficar feliz com a diluição do empoderamento do voto na Câmara, paciência: há outros 20 para dispostos a conversar.
Lembro, com isso, dos ‘300 de Esparta’ e do ‘ninguém larga a mão de ninguém’.