Morte de Daniella Perez completa 30 anos

A atriz estava no auge do sucesso

CLIQUE AQUI para receber as notícias no WhatsApp

Há 30 anos, em 28 de dezembro de 1992, um crime chocava o Brasil e fez as leis criminais mudarem por conta de sua repercussão. A atriz Daniella Perez, que tinha 22 anos e estava no auge do sucesso com a novela “De Corpo e Alma”, escrita por sua mãe Gloria Perez, foi brutalmente assassinada pelo colega de elenco, Guilherme de Pádua e sua mulher na época, Paula Thomaz. O crime entrou para a história como um dos mais graves do País.

Daniella, que vivia a bailarina Yasmin na novela e era um personagem de destaque, foi assassinada por Guilherme de Pádua – que viria a morrer de infarto em novembro deste ano – que junto com sua mulher Paula Thomaz, emboscou a atriz e a matou com dezoito punhaladas após saída de gravações da novela na época. Pádua vivia o mecânico Bira, que era interesse amoroso no folhetim; a motivação do crime teria sido a frustração por investidas malsucedidas que dava na atriz para ganhar mais destaque na novela.

Ele acreditou que estaria sendo “prejudicado” por Daniella e Gloria. A partir disso, somado ao ciúme doentio que sua mulher tinha pela atriz por conta das cenas juntos, tramaram o macabro crime que anos depois, seria abordado na minissérie “Pacto Brutal – O assassinato de Daniella Perez”, produzida e disponível no serviço HBO Max.

Após o final das gravações daquele dia, eles a seguiram de carro e a raptaram após agredir e desacordá-la em um posto de gasolina, levando-a para uma rua deserta na Barra da Tijuca e cometendo o crime, apunhalando-a no peito e causando ferimentos irreversíveis. Um advogado que vinha passando nas proximidades achou estranha a movimentação e acionou a Polícia.

O autor do crime demonstrou surpresa inicialmente e com a mulher chegaram a consolar a mãe e o marido da atriz, mas acabou confessando o assassinato após contradições detectadas pela Polícia. Daniella estava praticamente em começo de carreira, após sucesso em várias produções da TV Globo e era casada com Raul Gazolla, que conheceu na TV Manchete.

Por conta do crime, a autora se afastou da trama, que seguiu sendo escrita por Gilberto Braga e Leonor Bassères e ao retornar, ela inseriu os temas de morosidade da justiça e inadequação do Código Penal Brasileiro. Uma viagem de estudos aos Estados Unidos foi a justificativa para a despedida da atriz, que foi homenageada no último capítulo. Já o personagem do assassino deixou de existir. A novela jamais foi reprisada e tampouco disponibilizada no catálogo do Globoplay.

O crime fez com que, após mobilização da autora, o homicídio qualificado (praticado por motivo torpe ou fútil, ou cometido com crueldade) passou a ser incluído (através da lei 8.930/1994) na Lei dos Crimes Hediondos, que não permite pagamento de fianças e impõe que seja cumprido um tempo maior da pena para a progressão do regime fechado ao semiaberto.

O casal foi condenado a mais de 19 anos de prisão cada um e seriam libertados em 1999, com sete anos de pena e progressão por bom comportamento. Ela vive reclusa e mudou seu nome e Guilherme virou pastor evangélico da Igreja Batista da Lagoinha. Em 6 de novembro, Guilherme de Pádua morreu aos 53 anos de infarto em casa, em Belo Horizonte.

Fonte: Caderno 7/APNI

MATÉRIAS RELACIONADAS

MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido!