O vereador Eliel Alves da Silva, do PRTB de Nova Santa Rita, famoso líder comunitário do bairro Berto Círio, está no meio de uma presepada daquelas. Na quarta-feira, 28, ele embarcou em um ônibus com outros ‘patriotas’ rumo à Brasília na expectativa de que algo parecido com um ‘golpe’ barre a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Não entra nessa, vereador! Ainda dá tempo de voltar para casa.
Primeiro, porque não é atribuição de vereador incitar ruptura democrática país afora. Se meter-se, mesmo sem querer, em ato golpista ou atentado violento por lá, corre o risco de perder o mandato por quebra de decoro – basta denúncia e a aprovação de seus pares. E não me diga que a ordem unida da turma que está à caminho da capital da República seja pacífica: pessoal que passou os últimos 60 dias na frente dos quartéis pregando virada de mesa não está enchendo as estradas do Planalto Central para quermesses no plano piloto.
Segundo porque, além de anti-democrático, o movimento que prega o impedimento da posse de Lula é ilegal. Vereador Eliel, se estiver lendo este post, volte pra casa: do protesto ao crime, basta que um mais animado se exalte. E Santa Rita precisa de ti, como vereador, combativo e de oposição, com fé em Jair Bolsonaro ou sem ela, mas pagando vale de golpista, não.
Vale, por aviso: o vídeo que ilustra este post está circulando por redes sociais bolsonaristas e, certamente, levantará questionamentos: quem é o ‘pessoal do agro’ que está financiando a frota de ônibus a caminho de Brasília? O que faz um senhor, de boné, ao lado do vereador Eliel, com um bastão de madeira na mão (e para que pretende usá-lo)? Essas pessoas todas não tem obrigações por aqui? O vereador, este sim, sabemos que tem.
