Há pouco mais de uma semana, escrevia neste espaço de opinião alertando para que o vereador Eliel Líder Comunitário (PRTB) descesse de um ônibus que seguia para protestos golpistas em Brasília no dia da posse de Lula. Com outros quatro novasantarritenses, não deu tempo do aviso. Gilberto da Silva Ferreira, Pedrinho da Reciclagem e a esposa, e o pastor João Luiz Alves, ex-vice-prefeito da cidade, não só foram à capital federal como participaram dos atos ao lado da baderna e do vandalismo difarçado de protesto que se viu nos simbólicos prédios da República ao entorno da Praça dos Três Poderes. Pior: tiraram fotos, foram filmados, postaram em redes sociais e, claro, foram flagrados até pela Globo.
O blog soube que restaram detidos no ônibus que os traria de volta nesta segunda-feira, 9. Agora, precisam dar explicações à polícia sobre o que foram fazer por lá no meio do pandemônio bolsonarista e, mais importante, se estiveram presentes a algum ato criminoso nos palácios do Congresso Nacional, do Planalto ou do Supremo Tribunal Federal.
Pergunto eu: para quê? Em um vídeo que segue nas redes sociais de Gilberto – outros ele andou apagando -, há comentários sobre “impedir o comunismo”, a “ideologia de gênero” e “o uso do banheiro trans, usado por meninos e meninas”. Credo. Gilberto, que se identifica como mecânico e tem usado um onipresente boné militar com tecido camuflado teve seus ’15 minutos de fama’, como diria Andy Warhol, em reportagem publicada pelo G1 da Globo que o amigo leitor pode conferir aqui. A exemplo de Eliel, ele também é filiado a PRTB e fez 97 votos na eleição de 2020.
Ao lado de Gilberto, em outra postagem, aparece João Luiz, o pastor evangélico que já foi vice-prefeito de Nova Santa Rita. O primeiro, aliás. Ele era o companheiro de chapa do pioneiro prefeito do município eleito em 1992, Odone Machado Ramos, ambos do PDT. Com o advento do bolsonarismo, o pastor João foi se alinhando à ala radical conservadora e se viu participando de protestos que pregam não a palavra de Deus, mas os ditos do capitão que deixou o Planalto. Ao que tudo indica, topou o convite feito por Gilberto para ir a Brasília recriar as cenas de um ‘capitólio tupiniquim’.
Cerca de 120 ônibus foram detidos em Brasília com participantes dos atos na Praça dos Três Poderes. Alguns foram pegos nas proximidades do acampamento às portas do Quartel General do Exército, desmobilizado ainda na madrugada de domingo para segunda. Informações que o blog teve acesso dão conta de que Gilberto, João Luiz e o casal Pedrinho da Reciclagem estão em um ônibus detido pela polícia no Distrito Federal. O blog tentou contato com Gilberto e o pastor João, mas não houve resposta.
