Nedy de Vargas Marques não se esconde. Apontado mais cedo nesta quarta-feira, 25, pelo ex-secretário Emílio Neto como “arrogante” e “o homem da canoa furada”, o prefeito em exercício respondeu sem cerimônias. “Emílio foi demitido por ser incompetente”, disse, para em seguida ‘amaciar’, por assim dizer. “Tenho muito respeito pelo vereador Emílio, pelo homem de família que ele é, um homem de bem. Mas no governo, foi incompetente”.
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O prefeito não vê crise na reação do ex-colaborador e sua atitude de ataque. “Ele deve estar magoado por ter saído do governo, eu entendo isso como normal.” Mas foi além. “Emílio gostava mesmo era de ficar caminhando no pátio, conversando nos corredores ou lá no espaço entre a Cultura e o prédio da CICS com aquele ex-chefe de gabinete que eu também demiti”.
Insistindo no tema da incompetência, o prefeito lembrou o episódio das emendas impositivas, levantadas na sessão da Câmara, pela manhã. A atribuição cabia à secretaria cujo comando estava nas mãos de Emílio. “Quem tinha que tratar sobre isso era ele. Conversava com os vereadores, voltava e vinha com problemas de novo”.
“Eu soube que ele falou sobre o projeto do recurso para os agentes de saúde. Isso não tem cabimento. Quem é que tinha que fazer esse projeto? Não era a Secretaria de Relações Institucionais?”, questionou Nedy. “Ele não fez, foi incompetente, e agora está acusando o governo?”. Antes do final da conversa, o prefeito garantiu que a altercação com Emílio não afeta a relação com o PT enquanto aliados de governo. “Ainda na terça estive no zoológico de Canoas com com o secretário Paulo Ritter, do PT, e seu adjunto, Victor Labes. Nossa relação, inclusive com outros petistas, é muito boa”, completou.
Essa ‘marola’ entre Nedy e Emílio tem tudo para agitar os mares do ano político de 2023. Com a retomada das sessões em fevereiro, a tendência é que a oposição ganhe um vereador articulado e que gosta da tribuna para contestar o governo. Curiosamente, quando Emílio tomou a palavra para exercer com as vestes de líder da oposição, quem fez as vezes de líder do governo não foi Jefferson Otto (PSD), o titular da missão, mas Juares Hoy (PTB). A estratégia Nedy de ter 21 na base aliada provavelmente fez água, mas se perdeu um, ganhou outro.