Desta quinta, 16, não escapa: a Câmara de Canoas vota, hoje, o projeto de reforma administrativa como o prefeito em exercício, Nedy de Vargas Marques, o enviou no final de janeiro. Além da criação da Secretaria de Licitações e ajustes em cargos de assessoramento, entra na baila, também, a extinção da CanoasTec – a polêmica que mobiliza a Câmara desde o retorno das sessões ordinárias, há uma semana. Vereadores da base e o prefeito se reuniram no final da tarde desta quarta para avaliar o momento e traçar uma estratégia. No entendimento deles, o projeto nunca deixou a Câmara e, portanto, é dever do presidente da Casa, Cris Moraes (PV), por em votação o pedido assinado por 15 dos 21 parlamentares solicitando a inclusão da proposta na ordem do dia. Se preciso for, levam um requerimento, por escrito, com recurso contra a decisão do presidente para submeter ao plenário e, assim, incluir a reforma na ordem do dia.
Em outras palavras, a base aliada está disposta a tratar a situação com diplomacia, como faria a ONU, mas dessa vez vai preparada para a guerra, como fez Vladimir Putin, da Rússia. Se o presidente Cris Moraes insistir que o projeto está arquivado, vai fazer o papel de Ucrania nessa guerra.
Antes que o clima se torne bélico, o secretário de Relações Institucionais, Felo Uequed, vai com os vereadores Cezar Mossini (MDB) e Abmael (Solidariedade), líder e vice-líder do governo, conversar com Cris. O plano é distensionar as relações. Querem pedir que o presidente compreenda a necessidade do governo em votar a medida antes do início de março, quando pretendem por em prática o novo fluxo de compras públicas através da Secretaria de Licitações. Mas também vão mostrar que a base conta com pelo menos 17 vereadores em plenário e que uma luta frenética contra uma maioria tão sólida pode ser ingrata.
A tendência é que Cris não faça objeções à votação da reforma esta tarde. Se houver um acordo possível em torno do adiamento da extinção da CanoasTec, melhor. Hoje, é o ponto de inflexão que mais distancia a reforma de uma unanimidade: nem o aumento do número de cargos de indicação política mexe tanto com os ânimos quanto a pauta da empresa pública de Tecnologia da Informação. Mas como tem maioria, é a base que decide.
ATUALIZADA – Inicialmente, esse post informou que o vereador Eric Douglas (PTB) participaria de reunião com o secretário de Relações Institucionais, Felo Uequed, e os vereadores Abmael (Solidariedade) e Cris Moraes (PV), presidente da Câmara, para falar sobre a inclusão do projeto de reforma administrativa na pauta da Câmara. A informação não estava correta. Eric tinha reunião com Cris sobre outro assunto e não participou da conversa com Felo e Abmael. Quem estava presente era o líder do governo, Cezar Mossini (MDB). A informação já foi corrigida no texto.