Determinar um grupo de açÔes, regulamentaçÔes e polĂticas internas para garantir que uma empresa esteja em conformidade com todas as leis do paĂs em que atua Ă© a definição do termo em inglĂȘs compliance. O conceito, apesar de nĂŁo ser novidade, estĂĄ sendo aplicado e debatido em companhias brasileiras nos Ășltimos anos.
Segundo a pesquisa âMaturidade do Compliance no Brasilâ, realizada em 2020 pela KPMG, 64% das empresas brasileiras realizam algum tipo de ação de compliance, um percentual considerado baixo, segundo a responsĂĄvel pelo levantamento. AlĂ©m disso, 71% dos entrevistados acreditam que suas açÔes de controle e polĂtica internas sĂŁo eficientes, mas podem ser melhoradas.
âO compliance inclui a identificação e avaliação dos riscos, a implementação de polĂticas e procedimentos adequados, o monitoramento do cumprimento das normas e a realização de auditorias regulares para garantir a efetividade do programaâ, explica AndrĂ© Apollaro, CEO da Payfy, plataforma de gestĂŁo de gastos corporativos.
Não hå regra ou restrição de tamanho de empresa para criação de regras de conformidade de leis. Um dos principais motivos para a implementação de compliance é conseguir identificar e mitigar riscos que poderiam resultar em multas, processos judiciais, perda de clientes e danos à reputação.
âO compliance demonstra o compromisso da empresa em agir de forma Ă©tica e em conformidade com as leis e regulamentaçÔes aplicĂĄveisâ, diz Apollaro. âIsso pode aumentar a confiança dos clientes, investidores e demais partes interessadas na empresa, alĂ©m de poder atrair novos clientes, investidores e funcionĂĄriosâ.
Estar em constante avaliação interna pode ajudar a empresa a identificar åreas que precisam de melhoria e a implementar processos mais eficientes. Além disso, pode ajudar a empresa a construir uma cultura corporativa forte, baseada na ética e na integridade.
âMuitos mercados exigem que as empresas estejam em conformidade com as leis e regulamentaçÔes locais. Um programa de compliance pode ajudar a empresa a acessar esses mercados e expandir negĂłciosâ, completa o CEO.
Como implementar
Estabelecer novos processos em uma empresa pode ser desafiador, mas Apollaro acredita que seguir alguns passos podem facilitar esta tarefa. âAntes de tudo, defina quem serĂĄ responsĂĄvel pelo compliance. Se sua empresa for pequena e possuir poucos processos, o lĂder de uma das ĂĄreas pode assumir essa responsabilidadeâ, explica.
Normalmente, a função fica a cargo de lĂderes do Financeiro ou do Controle de Qualidade. O prĂłximo passo exige elaborar um CĂłdigo de Conduta, com regras e padrĂ”es descritos de forma clara e objetiva, em uma linguagem acessĂvel a todos os funcionĂĄrios. Ă importante, diz ele, que o documento contemple atividades que podem gerar problemas graves, como acidentes, possĂveis multas, fraudes e conflitos de interesse.
ApĂłs a criação do cĂłdigo, os funcionĂĄrios precisam de canais internos para realizar denĂșncias, mesmo que de forma anĂŽnima, de infraçÔes observadas. âEsses canais internos podem utilizar a infraestrutura e ferramentas que jĂĄ existem na empresa. O importante, mesmo, Ă© criar uma cultura corporativa onde se seguem as regras e se confia no compliance para corrigir possĂveis desviosâ detalha Apollaro.
Como parte final do processo, é interessante padronizar procedimentos, mas sem que isso alimente a burocracia interna. Além disso, devem ser divulgadas as normas de compliance para toda a empresa, para que todos estejam cientes das regras, padrÔes e limitaçÔes de cada situação.
âA pior tragĂ©dia para o compliance Ă© nĂŁo ser levado a sĂ©rio, entĂŁo certifique-se que esse setor nĂŁo se torne alienado do restante da empresa. Ă muito fĂĄcil para qualquer um de nĂłs implicar e discordar de quem nos fiscalizaâ, finaliza.
Para saber mais, basta acessar: https://payfy.io/