Traficantes que estavam matando rivais e clientes são alvos de ofensiva em Canoas e Região

Um dos lideres já tinha 10 indiciamentos por homícidio

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Na manhã desta quarta-feira (19), a Polícia Civil, por meio da 4ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (4ªDPHPP/DHPP), deflagrou a Operação Fratelli, uma operação interestadual com o objetivo de reprimir o crime organizado e lavagem de dinheiro de organização criminosa responsável por ordenar mortes em locais como na zona sul da capital do estado.

Durante a ação, quatro pessoas foram presas durante e aproximadamente 27 mil reais, armas, veículos e documentos falsos foram apreendidos. Conforme o delegado Marcus Viafore, foram 2 anos de investigação e para nesta quarta, serem cumpridos, em 2 estados e 10 cidades, 173 ordens judiciais contra o crime organizado, resultando em um prejuízo ao crime organizado de pelo menos 30 milhões de reais. As ordens judiciais estão sendo cumpridas em Porto Alegre, Canoas, Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo, Campo Bom, Charqueadas, Itajaí/SC, Itapema/SC, Balneário Camboriú/SC e Bombinhas/SC.

Os criminosos tinham uma ação específica e os crimes era cometidos em família, por conta disso, a operação foi batizada de “Fratelli” (irmão em italiano). Esse grupo criminoso, que tem por base o Vale dos Sinos, na região metropolitana de Porto Alegre, tem elos com facção nacional sediada em São Paulo e abastecia de drogas os bairros no extremo sul de Porto Alegre e São Leopoldo, lavando o capital oriundo do tráfico em diversos setores da economia formal.

Dentre as ordens judiciais estão 45 mandados de busca e apreensão, 3 mandados de prisão preventiva, 125 ordens de bloqueios bancários e 23 indisponibilidades de imóveis. O valor dos bens congelados da organização é de aproximadamente R$ 30 milhões de reais.

Tendo inicio em 2021, a investigação começou em virtude de um crime de homicídio ordenado pelo líder da facção contra dois homens que agenciavam clientes para escritório de advocacia. O homem já tem 10 indiciamentos pelo crime de homicídio, 4 pelo delito de tráfico de drogas e pelo crime de participação em organização criminosa, e atualmente, cumpre pena na Penitenciária Modulada de Charqueadas. “A razão do crime foi o suposto pagamento a menor feito aos agenciadores por parte do mandante, o qual, cobrado a complementar os valores de pagamento a advogado, decidiu matar os intermediários” disse o delegado Viafore.

O criminoso ainda ostentava seu poder. Em uma mensagem de texto, o indivíduo ostenta que possuiria, só em um local, mais de 30 apartamentos.

A Operação Fratelli tem o apoio da Polícia Civil de Santa Catarina, da Brigada Militar/RS e da Polícia Penal/RS. A parte operacional, no que diz respeito às investigações que resultaram nas prisões, contou com o apoio da DRV/Deic (Delegacia de Roubo e Furtos de Veículos).

O esquema de lavagem de dinheiro:

Conforme o resultado das investigações até então, o investigado ocultava seus ganhos ilícitos por meio de núcleos, divididos da seguinte forma:
1 – Núcleo familiar: coordenado pela sua companheira, a qual colocou diversos veículos e imóveis em nome de laranjas, pessoas essas pertencentes à família. Tais pessoas guardariam dinheiro em espécie;
2 – Núcleo de pessoas da comunidade: coordenado também pela companheira do líder do tráfico, em que pessoas que moram ou moraram na localidade em que o líder da organização exerce sua influência, serviriam de laranjas para titularizarem bens oriundos de capital ilícito;
3 – Núcleo do litoral: aquisição de automóveis e imóveis, inclusive de pousada no litoral catarinense, por meio de interpostas pessoas, administrados por gerentes e companheira do líder da organização.

Também movimentariam recursos financeiros espúrios pelo sistema bancário e em empresas de fachada. Uma das empresas suspeitas, que atuaria no ramo imobiliário, apenas entre os meses de agosto de 2020 a março de 2021, recebeu aproximadamente um milhão e trezentos mil reais em créditos, sendo um milhão em dinheiro em espécie. Mais da metade desse valor foi depositado por membros da facção com base no Vale do Sinos, no Rio Grande do Sul.

“Importante destacar que os “laranjas” em questão não tem renda declarada compatível para a aquisição dos bens e muitos estão envolvidos diretamente com o tráfico de drogas”, relatou Viafore.

Conforme o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Mario Souza, é uma grande movimentação investigativa e de força policial integrada com as demais instituições, para causar prejuízo ao crime organizado que ordena mortes. “Chamam a atenção as ameaças do crime organizado quando tentaram obrigar moradores a pagar um asfaltamento próximo aos pontos de tráfico da facção. A repressão patrimonial às organizações criminosas visa justamente enfraquecê-las, de modo a diminuir seu potencial de cometer crimes letais intencionais contra a vida”, afirmou o delegado Mario Souza.

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