Medicina tradicional e complementar unidas na psiquiatria

A psiquiatria integrativa estĂĄ ganhando cada vez mais destaque no campo do tratamento de transtornos psiquiĂĄtricos. Essa abordagem inovadora combina a medicina tradicional com prĂĄticas complementares e alternativas, oferecendo uma visĂŁo mais ampla e personalizada para o cuidado da saĂșde mental.

Desde 2006, a Organização Mundial da SaĂșde (OMS) reconhece a importĂąncia da abordagem integrativa, com diversos paĂ­ses ao redor do mundo desenvolvendo polĂ­ticas nacionais e regulamentaçÔes especĂ­ficas para sua implementação. No Brasil, o MinistĂ©rio da SaĂșde estabeleceu a PolĂ­tica Nacional de PrĂĄticas Integrativas e Complementares (PNPIC) em 2006, que estabelece diretrizes para a incorporação dessas prĂĄticas no Sistema Único de SaĂșde (SUS).

O psiquiatra Cyro Masci, que adota a abordagem integrativa hĂĄ mais de duas dĂ©cadas, destaca que a principal caracterĂ­stica dessa prĂĄtica Ă© a integração da medicina tradicional com outras formas de abordagem terapĂȘutica. Masci ressalta que a psiquiatria integrativa oferece vantagens significativas em relação Ă  abordagem tradicional, incluindo tratamentos mais personalizados, adaptados Ă s necessidades individuais de cada paciente, e com potencialmente menos efeitos colaterais.

No tratamento de transtornos psiquiåtricos, como depressão e ansiedade, a psiquiatria integrativa tem demonstrado eficåcia. Ao abordar o paciente de maneira holística, considerando não apenas os sintomas, mas também fatores ambientais e estilo de vida, essa abordagem busca reduzir os sintomas, melhorar a qualidade de vida e fortalecer a conexão entre corpo e mente.

A psiquiatria integrativa se baseia em princĂ­pios fundamentais, como a avaliação da inflamação crĂŽnica, associada a vĂĄrios distĂșrbios mentais, e a anĂĄlise do microbioma intestinal, que desempenha um papel crucial na produção de neurotransmissores relacionados ao humor. AlĂ©m disso, a avaliação genĂ©tica auxilia na identificação das causas raiz de transtornos emocionais, possibilitando a criação de planos de tratamento personalizados e mais eficazes.

Para Masci, a principal diretriz da psiquiatria integrativa Ă© reconhecer que nĂŁo existe uma Ășnica abordagem que seja a melhor para todos os pacientes. Cada indivĂ­duo Ă© Ășnico e pode responder de forma diferente a diferentes formas de tratamento. Por isso, Ă© essencial avaliar o paciente de forma global, considerando as diversas opçÔes disponĂ­veis, e escolher aquela que melhor se adequa Ă s suas necessidades.

“A psiquiatria integrativa pode ser uma excelente opção para aqueles que desejam uma abordagem mais abrangente e personalizada no tratamento dos transtornos psiquiĂĄtricos, bem como para aqueles que enfrentam dificuldades em se adaptar ao tratamento convencional”, conclui Masci.

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