NOVA SANTA RITA: Prefeitura pagou mais de R$ 800 mil para empresa de ônibus alvo de reclamações dos moradores

O montante foi pago pela empresa em apenas 7 meses

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Alvo de reclamações dos usuários, a empresa Expresso Charqueadas – que opera o transporte coletivo municipal de Nova Santa Rita – recebeu mais R$ 817 mil da prefeitura em apenas sete meses. Os dados são do Portal da Transparência.

Do montante, quase R$ 500 mil é para, segundo a prefeitura, “subvenções econômicas. No Portal da Transparência, o Executivo explica que o pagamento é um “Reequilíbrio Econômico Financeiro”. O restante do valor, que fica na casa dos R$ 331 mil, é justificado como compra de passagens que são entregues para a população no CRAS.

Alvo de reclamações

Na última semana, após receber diversas reclamações, a Agência GBC publicou uma reportagem sobre os problemas que os moradores de Nova Santa Rita enfrentam no transporte público municipal. As reclamações mais comuns são: atrasos e falta de horários e ônibus. Mas, tem usuário que reclama até da limpeza do coletivo.

O serviço desde 2018 é operado pela Expresso Charqueadas. Na época, a promessa era mais de 100 horários por dia. Atualmente, conforme levantamento feito pela reportagem da Agência GBC, são realizadas 82 viagens entre o Centro e os bairros de segunda a sexta-feira.

“É tudo muito sujo. Muito bagunçado”, reclama a aposentada Valdair Moraes, moradora do bairro Sanga Funda.

“Não tem ônibus”

No final de semana, a situação do passageiro piora. Segundo a tabela horária da empresa disponibilizada no site da Prefeitura, são 40 horários. No domingo, existem apenas 12 viagens entre os bairros e o Centro.

A autônoma Nadir Martins Fernandes, vai até o Centro diariamente acompanhada do marido. Ambos trabalham vendendo artesanato. No final de semana, eles precisam fazer o trajeto a pé, porque não tem ônibus. “A gente sai lá do Califórnia 2 e vem caminhando. Isso é muito triste.” No domingo, a linha que o casal poderia utilizar, tem apenas três horários e o intervalo entre cada coletivo chega a quatro horas.

Mas, ela não reclama apenas do final de semana. “Chego a ficar na parada 1h30 durante a semana. O coletivo não passa, atrasa e a gente acaba perdendo todos os compromissos”, comenta.

O que diz a prefeitura?

Questionado sobre o montante de R$ 817 mil que foi pago a empresa, o Executivo Municipal respondeu em nota que “os valores pagos são públicos”. Porém, justificou apenas R$ 485 mil: “o montante pago à empresa em 2023 foi o seguinte: um pagamento em fevereiro de R$ 165.783 e, outro, em agosto, R$ 319.889,98. Chegando no valor de 485.672,98.”

Mas, no Portal da Transparência a informação é outra. Confira quando e quais valores foram pagos para a empresa:
24/02 – R$ 165.783,00
20/04 – R$ 7.890,00
20/04 – R$ 7.890,00
23/05 – R$ 78.900,00
24/07 – R$ 78.900,00
07/08 – R$ 319.889,98
25/09 – R$ 78.900,00
04/10 – R$ 78.900,00

Sobre as reclamações dos usuários, a prefeitura informou que o transporte coletivo municipal é fiscalizado pela Secretaria de Serviços Públicos.Também por meio de nota, a pasta respondeu os relatos dos usuários do transporte para a reportagem.

“Junto a secretaria, não tem nenhuma denúncia ou queixa sobre a demora ou não passagem do coletivo municipal no Califórnia 2, como apontado pela reportagem. Assim como não há relatos de usuários sobre coletivo municipal “sujo”. De qualquer modo, diante da situação apontada pelo GBC, o setor de fiscalização irá apurar a situação e, caso haja alguma irregularidade, a Administração notificará a empresa em questão.”

A GBC tenta contato com a empresa.

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