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O prefeito em exercício de Canoas, Nedy de Vargas Marques (AVANTE), concedeu entrevista coletiva na manhã desta terça-feira para apresentar números referentes à crise nas contas públicas da Prefeitura. “O governo que nos antecedeu levou Canoas para o fundo do poço”, afirma.
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Nedy destaca que quando reassumiu o Executivo Municipal em dezembro de 2023 determinou uma auditoria nas contas públicas. “Nos deparamos com uma situação desesperadora: uma crise financeira sem precedentes na história de Canoas, com dívidas em todas as áreas. Foi por isso que uma das primeiras medidas que determinei foi a realização de uma auditoria das finanças municipais. A gestão que nos antecedeu aumentou assustadoramente a dívida do município.”
Situação em números
Segundo a prefeitura, o endividamento do município aumentou 172% em um ano. De acordo com o secretário da Fazenda, Luis Davi Vicensi Siqueira, um levantamento prévio com dados apurados até o dia 20 de fevereiro, aponta que o déficit passou de R$ 154,5 milhões em 2022 para R$ 421,9 milhões em 2024.
O problema, segundo o titular da fazenda, se torna ainda mais grave ao analisar a previsão do déficit orçamentário. Hoje, o valor previsto é de R$ 499,7 milhões e, até o final do ano, pode chegar a quase R$ 1 bilhão.
“Os dados para essa projeção são resultado de um verdadeiro pente-fino, realizado desde a última semana de dezembro, e estão todos comprovados documentalmente. Todos os dados estão disponíveis no Tribunal de Contas do Estado”, pontua Luiz Davi.
Reflexos no sistema de saúde
De acordo com a Prefeitura, o problema com as contas públicas também afeta dois dos três hospitais da cidade. No Hospital Universitário (HU), por exemplo, foi identificado um déficit de R$ 50.127.285,88 entre fornecedores e encargos trabalhistas. No Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) a dívida passa dos R$ 22 milhões.
Medidas de contenção
Durante a coletiva de imprensa, Nedy anunciou um pacote de medidas para tentar conter e diminuir o déficit. São elas:
Renegociação de dívidas junto aos credores;
Revisão de contratos para que as secretarias apresentem cortes;
Controle do gasto público, cortando despesas não essenciais;
Revisão do plano de investimentos para 2024;
Revisão de contratos em saúde e do custeio de estrutura da área;
Venda de patrimônio subutilizado;
Ações que reforcem o combate à corrupção
Priorização nas ações de aumento de receita;
Autorização criteriosa para o aumento de pessoal;
Continuidade da negociação de repactuação com o Governo do Estado no programa Assistir;
Apresentar resultados em processos de gestão, reduzindo burocracias e otimizando a eficiência nos serviços.
