CANOAS: Corsan vai usar satélite que busca água em Marte para encontrar vazamentos ocultos

Na Região Metropolitana, cerca de 60% da água potável é perdida antes de chegar às torneiras abastecidas pela Corsan, índice acima da média Brasil (40%)

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Estudos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) demonstram que, no Estado, há uma perda de 41,6% da água que sai das estações para residências. Para ajudar na solução do problema, a Corsan começará a utilizar um satélite equipado com tecnologia israelense, originalmente concebido para buscar água em Marte, para identificar vazamentos em sua rede de abastecimento de água tratada.


O equipamento já começou a ser usado em Canoas, Cachoeirinha, Alvorada, Gravataí, Porto Alegre e Viamão. Ele percorreu mais de 3,3 mil quilômetros de redes água. Pelo caminho, foram encontrados 330 quilômetros com indícios de vazamento. Na Região Metropolitana, cerca de 60% da água potável é perdida antes de chegar às torneiras abastecidas pela Corsan, índice acima da média Brasil (40%).

Como funciona o satélite?
Esse equipamento avançado, munido de softwares inteligentes acoplados a radares, escaneia o subsolo com precisão através da emissão de microondas, identificando água potável em contato com o solo até 3 metros de profundidade através do cloro dissolvido e da condutividade elétrica, diferenciando-a de água bruta, como a proveniente de lençóis freáticos, rios subterrâneos ou poços artesianos.

Uma vez mapeados os possíveis pontos de vazamento, equipes operacionais entram em ação utilizando geofones ultrassensíveis para localizar e confirmar os vazamentos indicados pelo satélite. Esse método não só agiliza o processo, realizando a identificação de vazamentos na área verificada em um tempo 85% menor (de 18 para 3 meses), mas também oferece uma precisão acima de 90% (dos 3,3 mil km de logradouros onde há redes Corsan, 330 km foram apontados com problemas pelo satélite), eliminando a necessidade de quebrar pavimentações para encontrar a fonte do problema.

Anteriormente, a busca por vazamentos ocultos era um trabalho meticuloso e demorado, exigindo equipes percorrendo ruas com geofones. Agora, com essa tecnologia, o processo é mais ágil e eficiente, o que é crucial, pois quanto mais rápido o problema for resolvido, menores serão as perdas de água.

Os trabalhos no estado começaram pela Região Metropolitana de Porto Alegre, (Viamão, Gravataí, Cachoeirinha, Alvorada e Canoas) percorrendo mais de 3,3 mil quilômetros de redes de água. Dessas, 330 quilômetros apresentaram indícios de vazamento. Se não fosse pela tecnologia do satélite, se levaria cerca de um ano e meio para chegar a esses resultados. Agora, com base nesses dados, a área identificada será investigada com geofones para reparar as fugas de água de forma eficaz. Na região metropolitana, cerca de 60% da água potável é perdida antes de chegar às torneiras abastecidas pela Corsan, índice acima da média Brasil (40%).

Programa de Combate às Perdas Hídricas
Essa inovação faz parte do Programa de Combate às Perdas Hídricas da Companhia, como resposta urgente a uma situação crítica. Atualmente, o Rio Grande do Sul perde 41,6% de toda a água tratada antes que ela chegue às residências, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) do Governo Federal. Isso significa que 445 piscinas olímpicas de água potável são desperdiçadas a cada 24 horas no estado, com sérios impactos na sustentabilidade dos recursos hídricos.


Além do mais, os números da perda de água no Brasil são alarmantes. Um estudo do Instituto Trata Brasil revelou que o volume total de água não faturada em 2021, cerca de 7,3 bilhões de metros cúbicos, equivale a quase oito mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçadas diariamente. Essa perda, se controlada, seria suficiente para abastecer aproximadamente 67 milhões de brasileiros em um ano.


O mesmo estudo revelou que quase 35 milhões de pessoas no Brasil não têm acesso à água sequer para lavar as mãos, destacando a urgência em abordar esse problema em todas as suas dimensões. A adoção de tecnologias avançadas, como o satélite agora em uso no Rio Grande do Sul, oferece esperança para uma gestão mais eficaz e sustentável dos recursos hídricos não apenas no estado, mas em todo o país.

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