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14 de dezembro de 2024

Filha mata pai e queima corpo em churrasqueira em Canoas

Cláudia de Almeida Heger é acusada de matar o pai, Rubem Heger, de 85 anos, em Cachoeirinha e queimar o corpo em uma churrasqueira, em Canoas

Cláudia de Almeida Heger, de 51 anos, é acusada de matar o pai, Rubem Heger, de 85 anos, em Cachoeirinha e queimar o corpo em uma churrasqueira, em Canoas.

Segundo a investigação, ela teria dado ordens para que o filho, Andrew Heger Ribas, de 29 anos, ajudasse no assassinato e na ocultação do corpo. O caso, que aconteceu em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre, envolve também a morte da madrasta de Cláudia, Marlene dos Passos Stafford Heger, de 53 anos.

De acordo com a delação premiada de Andrew, homologada pelo Ministério Público (MP), Cláudia teria colocado uma substância na comida de Rubem e Marlene, causando a morte de ambos. Após o crime, os corpos teriam sido levados para outra residência, onde foram incinerados em uma churrasqueira. A narrativa detalha que Cláudia ordenou que o filho colocasse primeiro o corpo do pai no fogo, utilizando carvão e lenha para alimentar as chamas. Marlene teria sido queimada logo depois. Os corpos teriam ardido por mais de 36 horas.

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Além disso, ainda durante a declaração de Andrew para a polícia, ele questionou para a mãe o motivo de ela estar fazendo isso e ela respondeu que “agora ia mais se incomodar com eles”.

Filha mata pai e queima corpo em churrasqueira em Canoas: motivações e frieza

A motivação por trás do crime, segundo o MP, seria um histórico de desavenças familiares e disputas financeiras. Cláudia teria planejado o assassinato como uma forma de resolver conflitos de longa data com o pai, agravados por um falso sequestro pelo qual ela responde na Justiça desde 2016.

Câmeras de videomonitoramento reforçam as evidências contra Cláudia e Andrew, registrando a chegada dos dois à casa das vítimas e atividades suspeitas na residência. No entanto, durante o período em que esteve em prisão domiciliar, Cláudia alegou ter sido vítima de agressões na cadeia, uma versão que não foi confirmada pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

Julgamento se aproxima

Com a delação de Andrew, o caso ganhou novos contornos, e Cláudia será julgada pelo Tribunal do Júri em 27 de novembro. Além de duplo homicídio qualificado, ela responde por ocultação de cadáver, maus-tratos a animal doméstico, fraude processual e desacato.

Confira abaixo na íntegra as notas da defesa dos acusados

Defesa de Cláudia de Almeida Heger

“Existe uma verdade e estamos ao lado dela. Na próxima semana, mostraremos à comunidade de Cachoeirinha, sem qualquer intermediário, a inteireza dos fatos. Confiamos na sabedoria da instituição mais democrática do Brasil: o Tribunal do Júri.

Quanto às acusações do filho, Andrew, contra a própria mãe, Cláudia, é um descalabro o Ministério Público gaúcho entabular uma colaboração premiada em que se rifa a sorte de outro corréu com um denunciado inimputável. Ou seja, alguém que não compreende a ilicitude de sua conduta em razão de enfermidade mental.

Enfim, esse instituto, a delação premiada, deita raízes no fatídico episódio em que, após um acordo com o “cidadão de bem” de Iscariotes, levou-se à condenação do carpinteiro de Nazaré. No caso Heger, acreditamos que a consciência do povo cachoeirinhense fará uma justiça muito superior à que faria qualquer profissional jurídico do Tribunal rio-grandense.”

Defesa de Andrew Heger Ribas

“Como advogadas atuando na assistência de acusação no processo criminal cujo Júri está designado para o dia 27/11/2024 na Comarca de Cachoeirinha, reafirmamos nosso respeito à memória das vítimas e à dor dos familiares, que enfrentam um momento de profunda angústia enquanto aguardam a concretização da justiça.

Comunicamos que houve a celebração de delação premiada por Andrew de Almeida Heger, devidamente homologada nos autos do processo.

Mantemos nosso compromisso inabalável de representar os interesses legítimos da vítima e de seus familiares, orientando nossa atuação pela ética, pelo respeito e pela busca incessante da verdade. Seguimos confiantes de que a justiça será alcançada com serenidade, responsabilidade e consideração pela dor dos familiares.”

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