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Canoas
04 de dezembro de 2024

Quem é a mulher acusada de matar casal de Cachoeirinha e carbonizar corpos em Canoas

Veja quem é a mulher acusada de ser a mente por trás do desaparecimento e morte do casal desaparecido em Cachoeirinha

Cláudia de Almeida Heger, de 51 anos, formada em direito, é acusada de matar o próprio pai, Rubem Heger, de 85 anos, e a madrasta, Marlene dos Passos Stafford Heger, de 53. As investigações apontam que Cláudia teria planejado o assassinato do casal com a ajuda do filho, Andrew Heger Ribas, de 29 anos.

Ambos serão julgados no Tribunal do Júri no próximo dia 27 de novembro, enfrentando acusações que incluem duplo homicídio qualificado, ocultação de cadáver, maus-tratos a animal doméstico e fraude processual.

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Cláudia teve uma relação conflituosa com o pai, marcada por brigas familiares e desavenças financeiras. Segundo o Ministério Público (MP), a motivação para os crimes teria sido um histórico de desentendimentos agravado por um falso sequestro, ocorrido em 2016, pelo qual Cláudia também responde na Justiça. O MP sustenta que ela elaborou um plano detalhado para matar o pai e a madrasta, com a participação ativa de Andrew.

De acordo com a delação premiada do filho, Cláudia teria colocado uma substância na comida das vítimas, causando suas mortes. Os corpos, segundo Andrew, foram incinerados em uma churrasqueira na residência em que ela vivia com o filho, no bairro Niterói, em Canoas. Câmeras de segurança registraram a chegada de Cláudia e Andrew na casa das vítimas, bem como movimentos suspeitos que reforçaram a suspeita da polícia.

Além disso, durante depoimento de Andrew, ele afirma que a mãe dizia que “agora não ia mais se incomodar com eles”, enquanto os corpos do pai e da madrasta queimavam na churrasqueira.

Cláudia em prisão domiciliar

Após ser presa, Cláudia foi colocada em prisão domiciliar por questões de saúde. Durante esse período, ela deu entrevistas afirmando que havia sido agredida enquanto estava na prisão. Em cadeira de rodas, Cláudia declarou que as agressões ocorreram durante a detenção, mas essa versão não foi confirmada pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). Mesmo assim, sua postura continua gerando controvérsias, especialmente diante das acusações que enfrenta.

O que dizem as investigações

Para o MP, Cláudia é a mente por trás dos crimes. A acusação se baseia em depoimentos, provas técnicas e registros em vídeo. A tese de que o crime teria sido motivado por interesses financeiros deve ser central no julgamento. Enquanto isso, a defesa busca desqualificar as provas e sustenta que Andrew agiu sozinho, apontando contradições na delação premiada.

Confira abaixo na íntegra as notas da defesa dos acusados

Defesa de Cláudia de Almeida Heger

“Existe uma verdade e estamos ao lado dela. Na próxima semana, mostraremos à comunidade de Cachoeirinha, sem qualquer intermediário, a inteireza dos fatos. Confiamos na sabedoria da instituição mais democrática do Brasil: o Tribunal do Júri.

Quanto às acusações do filho, Andrew, contra a própria mãe, Cláudia, é um descalabro o Ministério Público gaúcho entabular uma colaboração premiada em que se rifa a sorte de outro corréu com um denunciado inimputável. Ou seja, alguém que não compreende a ilicitude de sua conduta em razão de enfermidade mental.

Enfim, esse instituto, a delação premiada, deita raízes no fatídico episódio em que, após um acordo com o “cidadão de bem” de Iscariotes, levou-se à condenação do carpinteiro de Nazaré. No caso Heger, acreditamos que a consciência do povo cachoeirinhense fará uma justiça muito superior à que faria qualquer profissional jurídico do Tribunal rio-grandense.”

Defesa de Andrew Heger Ribas

Como advogadas atuando na assistência de acusação no processo criminal cujo Júri está designado para o dia 27/11/2024 na Comarca de Cachoeirinha, reafirmamos nosso respeito à memória das vítimas e à dor dos familiares, que enfrentam um momento de profunda angústia enquanto aguardam a concretização da justiça.

Comunicamos que houve a celebração de delação premiada por Andrew de Almeida Heger, devidamente homologada nos autos do processo.

Mantemos nosso compromisso inabalável de representar os interesses legítimos da vítima e de seus familiares, orientando nossa atuação pela ética, pelo respeito e pela busca incessante da verdade. Seguimos confiantes de que a justiça será alcançada com serenidade, responsabilidade e consideração pela dor dos familiares.

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