O Ministério Público deflagrou nesta quarta-feira (11) a 13ª Operação Leite Compensado para apurar a adulteração de produtos lácteos. O alvo dessa fase é uma fábrica de leite em Taquara, no Vale do Paranhana.
De acordo com o MP, a investigação apurou que a fábrica adicionou água oxigenada e soda cáustica em produtos como leite UHT (vendido em caixas), leite em pó e compostos lácteos. Essas substâncias, perigosas à saúde, são utilizadas normalmente para recuperar produtos vencidos.
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Ainda, segundo o MP, estão sendo cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em empresas e residências de Taquara, Parobé, Três Coroas, Imbé e em São Paulo. Até o momento, os agentes prenderam quatro pessoas, entre eles, o sócio-proprietário da indústria.
O MP não divulgou o nome da fábrica.
Operação Leite Compensado: porque utilizar soda cáustica no leite?
De acordo com o promotor de Justiça, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, a soda cáustica é utilizada para ajustar o PH do leite e diminuir a sua acidez e, ainda por cima, volatiza ou desaparece rapidamente, não sendo detectada nas análises.
“Além de aprimorarem as fórmulas para adulteração, também aprimoraram as práticas criminosas. Eles utilizam alguns códigos – ‘vitamina’ e ‘receita’ – para tentar despistar qualquer tentativa de investigação. Vale lembrar que as irregularidades não foram detectadas apenas no leite UHT, mas no leite em pó, em compostos lácteos para fazer bebidas derivadas do produto e no soro de leite. Por exemplo, sobre o composto lácteo, eles chegam a reprocessar o produto vencido para reutilizá-lo novamente. Já a água oxigenada ou peróxido de hidrogênio, serve para matar micro-organismos e recuperar produto em deterioração. Isso, sem falar da soda cáustica que é cancerígena”, destaca o promotor.