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Canoas
04 de fevereiro de 2025

Investigação revela como arsênio pode ser sido adicionado em bolo

Veneno em bolo de Natal mata família no RS; Perícia encontrou arsênio no sangue das vítimas fatais e em duas que continuam hospitalizadas

A morte de três pessoas da mesma família após consumirem um bolo de Natal, em Torres, segue sob investigação. A Polícia Civil trabalha com hipóteses de envenenamento por arsênio ou intoxicação alimentar.

Amostras de sangue de uma das vítimas fatais e de duas pessoas hospitalizadas confirmaram a presença do veneno, mas ainda não se sabe como a substância foi parar no alimento.

Resquícios do bolo estão sendo analisados para esclarecer o ocorrido.

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Transformação química teria originado o arsênio no doce

O químico Ubiracir Lima, do Conselho Federal de Química, afirmou ao Metrópoles que ingredientes vencidos não poderiam ter gerado o veneno de forma espontânea. “Não há transformação química capaz de ocorrer em alimentos comestíveis que resulte em arsênio”, explicou.

A substância, amplamente utilizada em pesticidas agrícolas, aparece de maneira residual em alimentos. No entanto, Ubiracir considera improvável que o veneno tenha vindo dos ingredientes do bolo.

Substância pode ter sido adicionada

Segundo o químico, é mais provável que o veneno tenha sido adicionado ao bolo durante o preparo, de forma acidental ou intencional. “Se o veneno estivesse em um ingrediente, seria provável que outras pessoas tivessem apresentado os mesmos sintomas de intoxicação, já que os alimentos são distribuídos em lotes”, disse.

O especialista também lembrou que a substância, embora de venda controlada, foi amplamente utilizado como raticida no Brasil e ainda pode ser encontrado clandestinamente.

Uso e venda controlados

No Brasil, a venda do veneno é estritamente regulada. Apenas empresas com CNPJ podem adquirir a substância, mediante justificativa detalhada para o uso e registro formal. O veneno é aplicado principalmente como fungicida e herbicida na agricultura.

Risco letal do arsênio

De acordo com Ubiracir Lima, doses mínimas de arsênio podem ser fatais. “O arsênio inativa enzimas cruciais para a produção de energia celular e a reparação do DNA, tornando a exposição extremamente perigosa”, destacou.

Os sintomas iniciais de envenenamento incluem vômitos, dores abdominais, diarreia e, em alguns casos, sangramentos.

O caso continua sendo investigado para apontar se houve intencionalidade no episódio.

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