Chegou a três o número de mortes relacionadas ao consumo de um bolo supostamente envenenado durante uma confraternização em Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. As vítimas, todas naturais de Canoas, haviam se mudado para a região após a enchente que atingiu o município em maio deste ano.
A mais recente fatalidade é Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, que faleceu na noite da última terça-feira (24). O Hospital Nossa Senhora dos Navegantes confirmou que a morte foi causada por um choque provocado por intoxicação alimentar. Neuza era mãe de Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 43 anos, que também morreu após ingerir o doce. A terceira vítima foi Maida Berenice Flores da Silva, de 58 anos.
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Quem são as mulheres de Canoas que morreram após comer bolo envenenado: tragédia familiar
O caso teve início na última segunda-feira (23), quando seis membros da mesma família começaram a se sentir mal após consumirem o bolo durante um café da tarde. Todos foram levados para atendimento médico. Entre os seis, uma pessoa recebeu alta, enquanto duas morreram entre a madrugada e a manhã de terça-feira. Com a morte de Neuza, duas pessoas continuam hospitalizadas: a mulher que preparou o bolo e um menino de 10 anos, neto de Neuza.
Perícia identifica arsênio em corpo de vítimas que morreram após comer bolo
As primeiras perícias indicam que o envenenamento por arsênio foi a provável causa da morte de três mulheres que comeram um bolo na última segunda-feira (23), em Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul.
Exames realizados na mulher que fez o doce, de 61 anos, que segue internada, e em seu neto, de 10 anos, confirmaram a presença do veneno no sangue.
O arsênio, amplamente conhecido como um dos venenos mais letais já produzidos, é utilizado na fabricação de inseticidas, além de conservantes para couro e madeira. Um dos investigadores do caso já definiu a situação como um triplo homicídio, embora a autoria e a intenção do crime ainda sejam desconhecidas.
Arsênio: exames apontam veneno em mais vítimas
Os exames preliminares também revelaram a presença de arsênio no corpo de Neuza Denize Silva dos Anjos, uma das três mulheres que morreram após ingerir o bolo. Além disso, Neuza era irmã da mulher que ainda está no hospital, e teria preparado o doce junto com outra irmã, Maida Silva dos Anjos, uma professora aposentada de Canoas, que também morreu.
Tatiana, filha de Neuza, foi a terceira vítima fatal.
O menino de 10 anos, neto de Neuza, sobreviveu ao envenenamento, mas exames confirmaram a presença do veneno em sua corrente sanguínea. Especialistas explicaram que o arsênio age rapidamente, deixando a corrente sanguínea para se alojar em órgãos como fígado, rins, pulmões e ossos.
Mistério sobre a origem do veneno
Ainda não se sabe como o arsênio contaminou o bolo. Investigadores avaliam a possibilidade de confusão com outro produto no momento do preparo, mas não descartam a hipótese de um ato premeditado.
Na manhã desta sexta-feira (27), a Polícia Civil realizou buscas na residência da mulher que fez a sobremesa para localizar possíveis recipientes contendo o veneno. Durante as diligências, foi encontrado um frasco de inseticida, que agora está sob análise para determinar se continha arsênio.
A mulher, que perdeu o marido em setembro por intoxicação alimentar, segue hospitalizada no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres. Enquanto isso, perícias seguem em andamento para esclarecer os fatos e determinar como o arsênio foi parar no bolo.