A acusada Deise Moura dos Anjos, apontada pela morte de três mulheres em Canoas, deu depoimentos para a Polícia Civil sobre sua versão da história. Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, 59, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47, filha de Neuza morreram envenenadas por arsênio.
Deise, presa desde o último domingo (5), foi acusada de envenenar um bolo de Natal, o que levou à morte de suas três familiares e a hospitalização de outros três em Torres, no Litoral Norte. No entanto, sua versão dos fatos, fornecida à Polícia Civil, traz um cenário de conflitos familiares e tentativas de reconciliação.
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Veja o que disse em depoimento mulher acusada de envenenar bolo
Deise relatou que, em agosto de 2024, ela e o marido visitaram os sogros em Arroio do Sal, levando bananas e leite em pó, retirados da casa dos sogros em Canoas, que havia sido atingida pela enchente. la afirmou que, após a visita, Zeli e Paulo Luiz dos Anjos, seus sogros, passaram mal. Deise contou que uma das irmãs de Zeli sugeriu levar as bananas para exame, mas Zeli rejeitou a ideia, acreditando que o problema poderia estar na água do poço.

Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise, morreu em setembro do ano passado, com sintomas que foram inicialmente interpretados como infecção alimentar. Uma testemunha que não foi identificada afirmou que, durante uma discussão com o sogro, Deise teria dito: “Quero que tu morra!”.
Relação entre sogra e nora
A relação conturbada entre Deise e sua sogra Zeli também foi detalhada. Deise mencionou que desde 2001, quando conheceu o marido, a sogra interferia na privacidade do casal. O conflito teria se intensificado em 2004, quando Zeli retirou dinheiro de uma conta do filho sem autorização, causando um rompimento definitivo.
Durante os depoimentos, Deise negou ter comprado veneno para colocar em alimentos, mas afirmou que Zeli havia adquirido “matamato” (herbicida) e veneno para ratos para uso na casa. Sobre as pesquisas na internet relacionadas a “venenos fatais para humanos”, Deise confirmou que as realizou, alegando que foi após a morte do sogro, ao suspeitar que ele pudesse ter sido envenenado.
Ela também pesquisou sobre arsênio após saber do envenenamento que vitimou a sogra e suas irmãs.
Acusada diz não ter motivos para cometer o crime
Deise alegou que não tinha motivo para envenenar a família, pois “não há bens a serem herdados”. Ela reconheceu que tinha desavenças com Zeli, chegando a apelidar a sogra de “Naja”, mas afirmou que nunca desejou a morte de ninguém da família. Ela ainda desabafa falando que está triste por ter sido acusada de algo tão grave.
Atualmente, Deise está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres, sob acusação de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com o emprego de veneno, além de tripla tentativa de homicídio. O caso continua sob investigação da Polícia Civil.
O que diz a defesa de Deise
“Deise Moura dos Anjos, presa temporariamente por suposto envenenamento no caso do bolo, na cidade litorânea de Torres/RS, vem a público manifestar que possui defesa constituída, representada pelos advogados Manuela Almeida, Vinícius Boniatti e Gabriela S. Souza.
Até o momento, 6 de janeiro, às 7 horas, a defesa prestou atendimento parlatório à cliente, contudo, não teve acesso integral a investigação em andamento, razão pela qual se manifestará em momento oportuno.”