O caso do bolo envenenado com arsênio em Torres, no Rio Grande do Sul, trouxe à tona uma trama familiar macabra, centrada na figura de Deise Moura dos Anjos. A investigação revelou que Deise, nora de Zeli dos Anjos, é a principal suspeita de envenenar vários membros de sua própria família, resultando na morte de três pessoas.
Principais pessoas do caso de bolo envenenado
Deise Moura dos Anjos: suspeita central, Deise é acusada de envenenar o bolo que matou três pessoas e deixou outras duas hospitalizadas. Ela também é suspeita de envenenar seu pai e seu sogro com arsênio. A polícia encontrou evidências de suas pesquisas sobre arsênio em seu celular. Deise está presa preventivamente e enfrenta acusações de triplo homicídio qualificado e tripla tentativa de homicídio.
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Zeli dos Anjos: sogra de Deise e responsável por preparar o bolo envenenado. Zeli sobreviveu ao envenenamento mesmo após ter sido a única da família que comeu dois pedaços da sobremesa. Ela chegou a ficar internada no hospital mas já recebeu alta. A polícia acredita que ela era o principal alvo de Deise.

Neuza Denize Silva dos Anjos: irmã de Zeli e uma das vítimas fatais. Ela tinha desentendimentos com Deise, relacionados à antipatia da suspeita com sua filha, Tatiana.
Tatiana Denize: prima de Deise, Tatiana foi uma das vítimas fatais. A investigação aponta que Deise nutria ressentimentos banais em relação a Tatiana, como a realização de seu casamento em uma igreja desejada por Deise.
Matheus: sobrinho-neto de Zeli, Matheus sobreviveu ao envenenamento e foi o primeiro a receber alta do hospital. A polícia acredita que ele não era um alvo direto de Deise.
Paulo Luiz dos Anjos: sogro de Deise, envenenado com arsênio possivelmente por meio de leite em pó em setembro de 2024. Seu corpo foi exumado, confirmando a presença do veneno.
José Lori da Silveira Moura: pai de Deise, supostamente envenenado com doses menores de arsênio ao longo do tempo. A polícia planeja exumar seu corpo para confirmação.
Diego Silva dos Anjos: marido de Deise, filho de Zeli e Paulo Luiz. Até o momento, a Polícia Civil descartou o envolvimento de Diego nos envenenamentos.
Mais detalhes do caso
A trama começou a ser desvendada após a tragédia de 23 de dezembro de 2024, quando seis pessoas consumiram o bolo envenenado durante uma confraternização familiar. A investigação revelou que a farinha utilizada no preparo do bolo estava contaminada com arsênio, substância que Deise comprou pela internet. As evidências incluem pesquisas online sobre arsênio e entregas da substância em nome de Deise.
A motivação por trás dos envenenamentos ainda é alvo de especulações, mas a polícia aponta para ressentimentos banais, como dívidas e questões familiares menores. Deise demonstrou frieza durante os interrogatórios, reforçando a hipótese de uma personalidade calculista e fria.
Perícia encontra arsênio nas urinas de marido e filho de Deise
Exames confirmaram a presença de arsênio, um veneno, na urina do marido e do filho de Deise Moura dos Anjos. Deise está presa pela morte de três familiares que ingeriram um bolo envenenado na antevéspera do Natal, em Torres. Além disso, outras três pessoas foram intoxicadas, mas sobreviveram ao incidente.
A tentativa de envenenar o marido e o filho teria ocorrido antes do episódio do bolo. Três fontes diferentes confirmaram essa informação à GZH.
Serial killer do bolo envenenado
Assim, com essas quatro mortes, a Polícia Civil considera a possibilidade de Deise ser uma serial killer. Foram solicitados exames ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) para analisar material coletado do marido e do filho de Deise. Em outubro passado, Diego sofreu uma intoxicação alimentar e, dois meses depois, passou mal após consumir suco de manga, que também afetou o filho do casal. Dessa forma, desconfiando de envenenamento, os policiais civis pediram testes. As amostras de urina de pai e filho, enviadas para um laboratório do Ministério da Agricultura, confirmaram resíduos de arsênio.
Além dos quatro homicídios, Deise deve responder por outras seis tentativas de assassinato. O IGP também planeja realizar testes em garrafas de água levadas por Deise para Zeli quando a sogra estava hospitalizada, a fim de verificar a presença de arsênio.