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05 de fevereiro de 2025

Nego Di vira réu por fraude e lavagem de dinheiro em rifa

O influenciador Nego Di, foi formalmente acusado de estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e promoção de loteria ilegal.

O influenciador digital Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, foi formalmente acusado de estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e promoção de loteria ilegal. A denúncia, aceita pela Justiça, envolve uma fraude relacionada a uma rifa virtual cujo prêmio era um carro da marca Porsche.

A esposa de Nego Di, Gabriela Vicente de Sousa, também foi acusada de lavagem de dinheiro dentro do esquema, que movimentou mais de R$ 2,5 milhões com rifas ilícitas.

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Além desse processo, Nego Di ainda enfrenta outra acusação de estelionato. Ele investigado por vender, mas não entregar, produtos de uma loja virtual da qual era sócio, o que causou prejuízos a 370 pessoas, somando cerca de R$ 5 milhões. Nego Di responde a essas acusações em liberdade.

O que diz a defesa de Nego Di e sua esposa

A advogada de Nego Di e Gabriela, Camila Kersch, defende que provará a inocência de seus clientes, apresentando provas que demonstram a licitude de seus bens e movimentações financeiras. “Provará a inocência dos representados munida de provas que comprovam a licitude dos seus bens e movimentação financeira lícita. Seus bens apreendidos adquiridos de forma lícita, comprovando que sua renda é compatível com seu patrimônio”, afirmou a defesa.

O Ministério Público sustenta que a suposta vencedora da rifa do carro, avaliado em mais de R$ 500 mil, nunca existiu. Segundo o promotor da 8ª Promotoria de Justiça Especializada Criminal, Flávio Duarte, “Ele fraudou a rifa para obter valores, induzir as pessoas a adquirirem os bilhetes em erro, obteve valores ilícitos em decorrência disso, não entregou o prêmio e, mais do que isso, ainda simulou a entrega ou a tentativa de entrega para uma pessoa que não existe”.

A apuração do MP revelou que, antes de concluir a rifa, Nego Di teria transferido o veículo para terceiros e adquirido o próprio número sorteado. Em um vídeo publicado após o sorteio, o influenciador tenta ligar para a suposta vencedora, mas não obtém resposta.

Investigação Nego Di

Os investigadores observaram que, ao tentar ligar para o número de telefone da suposta vencedora, Nego Di percebeu que o número já aparecia em outros cartões de contato, indicando que a pessoa era inventada para dar uma falsa aparência de legalidade ao sorteio.

Em outro momento do vídeo, Nego Di destaca as tentativas de contato com a “vencedora”, criticando outras instituições que promovem sorteios, mas não se preocupam com o atendimento. “Isso que influenciador faz, ninguém faz. Os caras só dão o número lá e a pessoa que corra atrás. Nego esquece que comprou, nego esquece de conferir, nego perde o prazo. A gente liga, vai atrás”, afirmou ele.

Vale ressaltar que, no Brasil, a venda de rifas ilegal, a não ser que seja promovida por entidades beneficentes e autorizada pelo Ministério da Fazenda. No caso de Nego Di, os sorteios não possuíam controle e transparência, configurando um esquema ilegal. O promotor Flávio Duarte explicou que os valores arrecadados com as rifas inicialmente depositados em contas de terceiros e, posteriormente, retornavam a uma empresa.

Apenas depois de “lavados” dentro da empresa, os valores ilegais usados na aquisição de bens, o que configura o crime de lavagem de dinheiro.

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