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23 de março de 2025

Bactéria sofre mutação e se torna ameaça iminente em hospitais; entenda

A bactéria que pode se tornar ameaça é resistente a vancomicina, um dos antibióticos mais utilizados para tratar infecções hospitalares graves

Pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, descobriram que uma bactéria está se tornando uma ameaça aos hosptais. Chamada de superbactéria Enterococcus faecium, resistente à vancomicina (VREfm), ela está se tornando cada vez mais predominante em hospitais ao redor do mundo.

Essa bactéria adquiriu a capacidade de produzir toxinas naturais que eliminam cepas concorrentes, facilitando sua propagação e transformando-a em uma ameaça genética.

De acordo com o estudo, publicado na revista Nature Microbiology, essa adaptação não é um fenômeno isolado, mas sim um processo global, ou seja, é um desafio ainda maior para o controle de infecções em ambientes hospitalares.

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A mutação pode dominar hospitais

O VREfm é uma bactéria resistente à vancomicina, um dos antibióticos mais usados no tratamento de infecções hospitalares graves. Essa superbactéria apresenta uma taxa de mortalidade de 40%, afetando principalmente pacientes imunocomprometidos.

Para realizar a pesquisa, os pesquisadores analisaram 710 amostras de infecção por VREfm, coletadas entre 2017 e 2022. No início do período, oito tipos diferentes de bactérias circulavam nos hospitais.

A partir de 2018, apenas duas cepas passaram a predominar, sendo responsáveis por 80% das infecções em 2022. Essa mudança ocorreu porque essas novas cepas desenvolveram a capacidade de produzir bacteriocinas, compostos antimicrobianos que eliminam outras bactérias e favorecem sua própria reprodução.

Ameaça global

A pesquisadora Emma Mills, uma das autoras do estudo, investigou se o mesmo processo estava acontecendo em outros países. Para isso, ela analisou mais de 15.000 genomas de VREfm coletados ao redor do mundo entre 2002 e 2022. O resultado confirmou que a evolução da superbactéria não se limitava ao hospital onde realizaram a pesquisa, mas acontecia globalmente, tornando-se um fenômeno preocupante.

A cientista se referiu a esse comportamento como um efeito “mate seus amigos”, onde as novas cepas eliminam outras para garantir mais espaço e acesso a nutriente do organismo do hospedeiro.

De acordo com a coautora da pesquisa, Daria Van Tyne, a redução na diversidade da bactéria pode abrir caminho para o desenvolvimento de terapias mais específicas, como novos antibióticos ou tratamentos com vírus bacteriófagos.

Além disso, o estudo sugere que as bacteriocinas, que ajudam a bactéria a se espalhar nos hospitais, podem ser utilizadas como ferramentas terapêuticas.

Para a pesquisadora, essa descoberta destaca a importância do monitoramento contínuo da evolução das superbactérias e do investimento em novas estratégias para controlar infecções hospitalares.

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